Durante visita à comunidade Campo Novo, no Amazonas, nesta terça-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo contundente aos seus ministros, pedindo mais presença na região. Após ouvir reclamações dos moradores sobre a falta de água potável, professores e médicos, Lula criticou a pouca atenção dada ao estado, ressaltando que muitos ministros preferem estar em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
“Eu vou falar com o ministro [Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário] para ele dar uma caminhada por aqui, porque o pessoal gosta muito de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, mas vir aqui na comunidade Campo Novo é mais difícil. É mais difícil, mas nós vamos vir”, declarou Lula, em tom de cobrança.
Moradores da comunidade relataram ao presidente que, desde fevereiro, não há médicos na localidade. Eles também afirmaram que nunca receberam a visita de técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ou do Ministério do Desenvolvimento Agrário, reforçando o sentimento de abandono por parte do governo.
Lula garantiu que já está cobrando medidas de seus ministros para resolver os problemas apontados pela comunidade. “A ministra Nísia [Trindade, da Saúde] vai ver esse negócio da saúde, e a nossa Sonia Guajajara [Ministra dos Povos Indígenas] vai cuidar para ver como estão as comunidades indígenas aqui”, assegurou o presidente.
Além disso, os ministros das Cidades, Jader Filho, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também foram mencionados por Lula, que enfatizou a necessidade de ações coordenadas para melhorar as condições de vida no Amazonas, especialmente nas áreas mais isoladas.
A visita de Lula ao Amazonas faz parte de um esforço para lidar com a crise hídrica que já afeta mais de 340 mil pessoas no estado. A expectativa é que o presidente anuncie medidas emergenciais para enfrentar a seca e as carências enfrentadas pelas comunidades locais.