Balsas encurtam distâncias, ajudam a baratear os custos e são de grande importância pro agronegócio

A balsa é o meio de transporte responsável pelo deslocamento de pessoas, animais, matérias-primas e mercadorias, sendo fundamental para a infraestrutura e a economia do Alegrete

Balsa, ferryboat, ferry ou ferrybote é uma embarcação de fundo chato com pequeno calado, para poder operar próximo às margens em águas rasas e grande boca, muitas vezes utilizadas para transporte de veículos e caminhões.

 A balsa é uma pequena embarcação de madeira para travessia em rios, presa a um cabo fixado em ambas às margens, embarcação para transportes de pessoas, cargas pesadas, carros, animais, etc, normalmente pequenas. “Pau- de- balsa” é uma árvore amazônica, que produz uma madeira muito leve e macia, usada na confecção de balsas, jangadas, etc…

No interior do RS, na divisa dos municípios de Alegrete e Itaqui, temos o rio Ibicuí, onde a travessia tem que ser feita pela Balsa do Mariano Pinto. A balsa foi fundada em 1993, na época o prefeito de Alegrete era o Nilo Soares Gonçalves. Essa balsa é muito importante para os ribeirinhos do rio Ibicuí, para os trabalhadores e moradores de Alegrete, Itaqui e Maçambará, que usam diariamente a balsa.

Na balsa passam moradores, caminhoneiros, comerciantes, estudantes, professores, viajantes e também passam os gados ovinos e bovinos, cavalos, arroz, soja, aveia, milho, enfim o progresso da região passa por cima da balsa. O agronegócio dessa região sobrevive com essa travessia diária.

A balsa voltou a funcionar em 2016, toda revitalizada e conforme as normas da Marinha é fundamental para os moradores desses três municípios e região.

o que os usuários acham?

Entrevistamos moradores e pessoas que precisam usar a balsa do Mariano Pinto diariamente nos seus trabalhos e usos em geral da comunidade.

 Belarmino Noetzold – Alegrete

 “…Eu uso as três balsas, a do Mariano Pinto, a do Passo do Silvestre e a balsa do Itu. Em Itaqui, Maçambará e São Borja, dependendo do lugar em que estou e conforme for meu deslocamento, eu posso usar qualquer uma delas. São todas de suma importância, sou representante comercial da Kepler Weber, vendendo silos e secadores para grãos. Atendo os produtores rurais dessa região, quando faço as vendas, até vou no escritório dos clientes, nas cidades e horas marcadas para montagem dos equipamentos e colocados em operação diretamente nas propriedades rurais. 

Eu uso todas as balsas para me deslocar de uma cidade para a outra. Às vezes, o cliente é do outro lado do rio, sem o funcionamento da balsa, teria que voltar a Alegrete, ir até Uruguaiana, depois Itaqui e chegando ao outro lado do rio, isso seriam 320 Km. Usando a balsa percorreria 20 a 30 Km. Além da distância ser menor e o tempo ser mais rápido. Para mim é imprescindível o uso da balsa no meu trabalho…”

 Eva Sueli Ouriques Mercio – Maçambará

“…Sou moradora de Maçambará, sem a balsa fico isolada do lado de cá, trabalho e moro aqui na cidade, mas meus familiares moram em Itaqui. Precisamos da balsa do Mariano Pinto para fazermos compras, consultas médicas, para ir ao hospital, entre outras coisas. Para nós a balsa representa toda a travessia de cargas dos três municípios. Abalsa não pode parar, toda a população precisa e usa a balsa…”

Clóvis Roberto Lencina Duarte – Alegrete

“…Sou técnico em agropecuária, para mim a balsa diminui à distância entre Alegrete e Itaqui em 110 Km, servindo de acesso a cidade de Maçambará, 23 Km do subdistrito do Mariano Pinto. É o meio facilitador de transporte de arroz de Itaqui e São Borja para as indústrias da região. Sou usuário da balsa, vou mensalmente a Itaqui e atualmente moro em Alegrete. Pela balsa passa grande parte da safra de arroz da região. Ela foi toda reformada e possui mais itens de segurança…”  

Cleunita Noetzold Venes Minussi – Alegrete

“…sou professora e produtora rural, a balsa é muito importante para mim, principalmente porque em 2014, me filho passou no vestibular para Agronomia na UNIPAMPA de Itaqui e nós morávamos em Alegrete. Nessa época a balsa já estava parada, então tínhamos que ir por Uruguaiana ou pela balsa do Silvestre, que além de estradas em péssimas condições, aumentava muito o trajeto entre Alegrete e Itaqui. 

Então meu esposo, eu e mais alguns moradores da comunidade de Alegrete, Itaqui e Maçambará, fomos convidados a participar como sócios fundadores da nova associação da balsa, a qual foi chamada de AMMAI, Associação de Desenvolvimento da Balsa dos Municípios de Maçambará, Alegrete e Itaqui. Meu esposo foi presidente da AMMAI, por 2 anos, de 2016 a 2018 e eu secretária.

Este é um resumo da trajetória de trabalho da nova associação, nosso empenho pela manutenção e permanência do funcionamento da balsa, foi por sentirmos sua falta, além de termos consciência do elo que ela representa pelos três municípios. Seja na educação, saúde, economia, interligando e diminuindo a distância entre os municípios…”

A balsa é de suma importância para os três municípios, sendo na educação, na saúde, no transporte de cargas e principalmente para o comércio que passa por cima dela diariamente, não interessando o ramo comercial de cada um. 

O Agronegócio da região depende do bom funcionamento da balsa do Mariano Pinto.

 

Texto Márcia Ximenes Nunes

Edição: Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Reprodução

Post Author: Agro Floresta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *