O coalho é um queijo favorito dos amazonenses. Por isso, a organização da 41ª Expoagro promoveu o Torneio do Melhor Queijo Tipo Coalho do Amazonas com produtores regionais.
O grande vencedor foi o queijo coalho da Queijaria D’Lourdes da Fazenda São Sebastião, da comunidade Novo Céu, em Autazes. Foi o grande campeão do Amazonas na Expoagro. A fazenda possui um rebanho de 380 cabeças, entre bovinos e bubalinos e produz cerca de 67 quilos de queijo por dia.
O 2° lugar ficou com a Queijaria Santa Marta, do Senhor Antônio, da Fazenda Madeirinha, em Autazes; e o 3° lugar foi do Laticínio Amazon Nat, de Presidente Figueiredo, do pecuarista José Mário Resende.
Produção
A produção de queijo da família Figueiredo se destaca pela tradição de 40 anos, trabalho que começou com Allan Araújo de Figueiredo. Arleane Costa Figueiredo, sua mãe Marluce Costa Figueiredo, e o irmão Allan Kardec hoje são os responsáveis pela produção.
Em julho deste ano, a queijaria passou a funcionar com Selo de Inspeção Estadual (SIE), emitido pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf). Arleane aponta esta como uma grande conquista, o que lhe deu condições de trabalhar dentro das normas. “Isso foi possível graças ao apoio do Idam, Adaf, Afeam e outros”, destacou.
“Esse prêmio representa muito pra mim, é a valorização do pequeno produtor. Fiquei muito feliz, é gratificante ser reconhecido. Quando soube do resultado, lembrei do meu pai, pois foi ele quem deu início à organização da queijaria, quando construiu o prédio”, lembrou Arleane.
A queijaria está sob o comando de Arleane, que é formada em Administração pelo Centro Universitário Luterano de Manaus (Ulbra). Além da queijaria, ela divide o tempo como mãe de Sofia Figueiredo dos Santos, 13, Maria Alice, 7, e de Sebastião Pietro, 2.
O nome D’Lourdes presta homenagem à avó dela, Maria de Lourdes Moreira da Costa, a pioneira na produção de queijos na família.
Critério
O concurso foi coordenado pelo médico veterinário Emílio Antônio da Silva Filho, servidor do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam). Segundo ele, a disputa foi acirrada, tendo como participantes várias localidades regionais, cada uma com um modo de produção muito específico, características próprias e diferenciadas.
“Julgamos as características, apresentação, cor, textura, consistência, aroma e outros. O amor, o capricho, a vontade de fazer diferente, para agradar e ganhar mercado foi destaque para a campeã”, acrescentou Emílio, que também é mestrando em Produção Animal da Universidade Brasil.
Como avaliador do concurso, Emílio comentou que os produtores têm interesse em adotar boas práticas na produção de queijo. Mas, para isso, precisam ter apoio educacional, financeiro e na divulgação e valorização do seu produto.
“Podemos avançar e dar tais condições, implantando boas práticas agropecuárias, boas práticas de fabricação para que ele possa ofertar segurança alimentar de seus produtos”, finalizou.
Boas práticas na queijaria
A 41ª Feira e Exposição Agropecuária do Estado do Amazonas (Expoagro) contou com diversas oficinas gratuitas, palestras e cursos, como o de “Boas Práticas na Queijaria”.
Cursos
Com apoio da Secretaria de Estado da Produção Rural do Amazonas (Sepror), por meio do Departamento Pedagógico (Depe), o técnico em laticínios Marco Antônio Couto ministrou o curso, cujo objetivo foi destacar a importância da qualidade da produção dos derivados do leite. A ação foi realizada nos dias 3, 4 e 5 de outubro.
“As boas práticas são uma série de atitudes benéficas que os produtores do derivado lácteo precisam ter de forma a manter o produto inalterado, sem contaminação e com segurança alimentar”, explicou Marco Antônio.
Entre os participantes, estavam acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Nilton Lins, alunos do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), produtores rurais das cidades de Autazes, Manacapuru, Parintins, Nhamundá, Iranduba, Itacoatiara e Presidente Figueireiro.
Segundo Marco Antônio, durante as aulas teóricas os alunos puderam aprender sobre a fabricação do derivado do leite.
“Nos dois primeiros dias de curso os participantes aprenderam a forma de obter a matéria-prima adequada para a produção do derivado lácteo e as etapas da fabricação dos derivados, principalmente, o queijo, e alguns processos da pastorização, como as etapas e práticas”, detalhou.
No terceiro e último dia do curso, os alunos realizaram uma aula prática com leites retirados das vacas que estavam em exposição no evento. Ao todo, foram produzidos cerca de 20 quilos de queijos Minas Frescal pelos participantes do curso.