Investir em biotecnologia é uma saída para melhorar o agronegócio brasileiro, em especial a qualidade da produção animal a fim de reproduzir, comercialmente, espécies mais saudáveis e com melhor qualidade de carne e leite.
Por isso, o Governo do Amazonas lançou durante a abertura da 41ª Feira e Exposição Agropecuária do Estado do Amazonas (Expoagro), em 3 de outubro, um programa dedicado a desenvolver a pecuária e promover o melhoramento genético do rebanho bovino no Estado.
O governador Wilson Lima assinou o Termo de Cooperação Técnica com a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) e a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), para o programa Pró-Genética.
Signatário do termo, o presidente da Faea, Muni Lourenço, afirmou que o programa vai ajudar a impulsionar o agropecuária amazonense. “Estamos apostando que o Pró-Genética será uma espécie de divisor de água no melhoramento do nosso rebanho, em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu. Vamos expandi-lo através de feiras agropecuárias para levar touros reprodutores com genética superior de raças zebuínas com custo mais baixo e garantia de boa genética”, reforçou.
O objetivo do Pró-Genética é incentivar a disseminação de reprodutores geneticamente provados para melhorar a produção pecuária brasileira, experiência que já deu certo em estados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
O secretário de Estado de Produção Rural, Petrucio Magalhães Junior, explicou que o programa que começou em Minas Gerais elevou o nível da pecuária para que o Brasil passasse a ser o maior exportador de carne bovina do mundo.
O rebanho do Amazonas é estimado em 1,5 milhão de cabeças (corte e leite) que ocupam 2,8 milhões de hectares de pastagem, segundo a Sepror. Eles estão distribuídos em municípios como Manaus, Manacapuru, Parintins, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Careiro da Várzea, Autazes, Apuí, Manicoré, Humaitá e Boca do Acre. A produção já atende, em parte, o consumo interno.
Como vai acontecer
Segundo a ABCZ, os embriões de touros zebu são ofertados pelo Pró-Genética de forma mais barata para os pequenos pecuaristas. Deste modo, o touro deve seguir alguns critérios de qualidade, como: RGD (Registro Genealógico Definitivo); Exame Andrológico apto à reprodução; Idade até 42 meses e de sua própria criação; Exames de Brucelose e Tuberculose dentro dos prazos de validade.
O presidente da Faea, Muni Lourenço, que também é pecuarista, explica como o programa será disseminado no Amazonas. “Isso vai acontecer através de feiras que vão ocorrer em compasso com as exposições agropecuárias. A primeira será em Parintins, em dezembro deste ano”, informou. “Você vai ganhar mais carne e mais leite com menos impacto na terra”, completou.
Proprietário de uma fazenda modelo em Manacapuru (a 80km de Manaus), a ING Ferradurinha, Nilton Lins Júnior fornece embriões a R$ 180 pelo programa no âmbito do Sebrae para os produtores em Rondônia, Bahia e Espírito Santo.
Cenário nacional
Com 214,9 milhões de cabeças de gado, o Brasil é o maior produtor de carne bovina do mundo e primeiro lugar em exportações do produto para todos os continentes, graças ao investimento em melhoramento genético nas últimas décadas. Segundo o Ministério da Agricultura, até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial.
Os maiores rebanhos estão, respectivamente, nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Paraná.
O Pró-Genética é um programa concebido pela ABCZ e apoiado pelos governos federal, estaduais e municipais, órgãos de pesquisa, de extensão rural, de defesa sanitária animal e de capacitação e formação de mão-de-obra rural, que tem como missão contribuir para o aumento da produção sustentável de carne e leite de origem bovina no país.
Objetivos do programa
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Aumentar a produção de carne e leite nas pequenas e médias propriedades rurais, através do uso de touros melhoradores.
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Proporcionar ao pequeno e médio produtor rural possibilidades de aumento de renda, através da melhoria da produtividade e, consequentemente, da qualidade do seu padrão social.
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Estimular os governos municipais, estaduais e federal a criar políticas públicas de fomento e apoio financeiro aos pequenos e médios produtores rurais.
- Estabelecer uma conexão real e contínua entre o segmento da produção de genética especializada (os chamados rebanhos “elite”) e a base da produção (rebanhos comerciais), de forma a garantir o fluxo de genética superior para a base produtiva.