A atuação das Forças Armadas na Amazônia foi tema da entrevista exclusiva à Rádio Verde Oliva Manaus do jornalista Antonio Ximenes, diretor de redação e responsável pelas revistas Floresta Brasil Amazônia, Voar na Amazônia Brasil e do portal www.Agroflorestamazonia.com
Há 29 anos ele se dedica às coberturas jornalísticas relacionadas a atividades das Forças Armadas na região norte do Brasil, segundo ele cobrir os assuntos militares na Amazônia é vivenciar a ação do Estado nas regiões mais longínquas, por meio do braço forte da mão amiga nas 3 forças em especial a do exército brasileiro.
Ximenes: cobrir as atividades do Comando Militar da Amazônia (CMA) no Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima é sobretudo uma grande responsabilidade social é principalmente uma alegria porque nós temos contato com a tropa nas áreas mais longínquas do Brasil onde ação do Estado está marcada pela presença do exército.
Há 16 anos que eu venho acompanhando diretamente as atividades do CMA, mas antes disso, ao longo de 29 anos vinha desenvolvendo também atividades em Brasília.
Quero dizer que cobrir o CMA é um dos meus maiores orgulhos como profissional de campo na Amazônia, porque aqui eu tenho contato com o Brasil Profundo, os ribeirinhos, indígenas, caboclos e militares do todo o Brasil, desde os soldados até os generais quatro estrelas. Passando pela memoria de grandes militares que entrevistei aqui na Amazônia.
A maior responsabilidade de um jornalista que cobre a Amazônia é respeitar o tempo de quem dá a entrevista, a simplicidade dos indígenas, dos caboclos, a responsabilidade de um militar frente a tropa e sem dúvida nenhuma, quando se está em operações de combate ao narcotráfico aos crimes ambientais ou transnacionais, o máximo de sigilo e observação, mas falar pouco porque tudo é uma questão de segurança nacional.
Eu diria que cobrir o CMA é o melhor que um correspondente de guerra da minha natureza pode fazer aqui na Amazônia profunda do nosso Brasil.
Rádio Verde Oliva: Entre as diversas coberturas na região, Ximenes destaca a grandiosidade da Operação Amazônia.
Ximenes: A Operação Amazônia é sem dúvida um marco divisor de águas dentro das operações militares na Amazônia. O Comandante geral do Exército, General quatro estrelas Edson Leal Pujol; o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e o nosso comandante militar da Amazônia general de exército Estevam Theophilo fizeram algo extraordinário, mas não fizeram só, fizeram com todas as brigadas existentes daqui no CMA, Amazônia Ocidental e Marabá e com a participação dos paraquedistas de Rio de Janeiro e a bateria de foguetes Astros vindos de Goiás.
Um exercício que mostrou uma capacidade de persuasão e logística extraordinária. Tivemos uma mobilização de homens, mulheres e equipamentos que levaram mais de 40 dias para chegar aqui pelos modais terrestres, fluviais e aéreos.
Foi uma grande operação dissuasória de uma maneira interligada em que o Exército brasileiro juntamente com a Marinha a Força Aérea, mostrou a sua grande capacidade de atuação na área combatendo o inimigo real, dentro de um cenário que teria sido uma invasão as terras da Amazônia, dentro do teatro de guerra.
Isso mostra que nós estamos preparados para o que der e vier. Os disparos dos Astros de 30 a 40 km foram extremamente bem realizados. A capacidade de logística nossa foi um exemplo nacional e Internacional em ambiente de selva.
Rádio Verde Oliva: a presença do Exército nessa localidade do país é primordial para coibir os crimes transnacionais o narcotráfico a pirataria e a violência contra o meio ambiente
Ximenes: Eu costumava dizer ao General Villas Bôas, ao General Guilherme Theophilo e como digo hoje ao general Estevam Theophilo que trabalhar na Amazônia é sobretudo um orgulho profissional. Isso me dá exata dimensão da soberania nacional.
Rádio Verde Oliva: Há 17 anos o jornalista acompanha o trabalho do CNA, o que segundo ele contribuiu para aprofundar seu conhecimento sobre o que é o Brasil
Ximenes: Eu conheço o perfil dos nossos comandantes, mas eu diria que grandes questões que me marcaram. Primeiro, o trabalho extraordinário do general Villas Bôas, na condição de comandante do CMA e uma referência estratégica de inteligência militar e cívica no Brasil, na nossa história militar.
A convivência aqui com o general Villas Bôas foi de altíssimo nível operacional e de conhecimento do que é o Brasil e Amazônia profunda. Também estando com ele em Brasília em outros momentos, eu posso dizer que foi um privilégio tratando-se ele de um clássico do comando brasileiro do nosso exército.
Outra questão que me marcou também foi a leveza, a sabedoria, o conhecimento operacional e a capacidade de análise estratégica do comandante Edson Leal Pujol que esteve aqui conosco na Operação Amazônia mostrando que ele é sobretudo um grande soldado. Essa convivência de maneira tranquila, séria, serena e responsável me marcou também
Rádio Verde Oliva: Ximenes convida a todos os brasileiros a conhecerem as atividades dos pelotões especiais de fronteira, onde as forças armadas trabalham pelo Brasil
Ximenes: o Brasil tem uma fronteira gigantesca de selva, de rios e inóspita, onde os pelotões da fronteira tem um papel determinante. Que saibam que um soldado, um sargento, tenente, oficial é uma família. Um pelotão especial de fronteira representa a vanguarda moral, cívica, militar e patriótica de defesa do nosso Brasil.
Que todas pessoas pensem um pouquinho naquelas famílias que moram nos pelotões especiais de fronteira.
Rádio Verde Oliva: a dedicação do jornalista Antônio Ximenes, especialista em temas militares foi reconhecida pela força terrestre ao homenagea-lo com a Medalha do Pacificador.
Por Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Radio Verde Oliva