O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou ontem (20/06) que irá decretar estado de emergência climática no estado. A decisão vem após meses de intensificação de eventos climáticos extremos, como secas severas, enchentes e ondas de calor, que têm causado grande impacto na população e na biodiversidade da região.
Durante uma coletiva de imprensa realizada no Palácio Rio Negro, Lima destacou que a medida visa agilizar a implementação de ações emergenciais e a alocação de recursos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “Estamos enfrentando uma situação sem precedentes que exige uma resposta imediata e coordenada. O decreto de emergência climática nos permitirá mobilizar todos os esforços necessários para proteger nossa população e nossos ecossistemas”, afirmou o governador.
Com a previsão de antecipação do período de seca no Amazonas e com os meses de julho e agosto apontados como os mais críticos do período, o governador Wilson Lima (União Brasil) reforçou nesta quinta-feira (20/06) as medidas que sua administração vem realizando desde o mês de fevereiro para minimizar os problemas a serem enfrentados durante o período de estiagem.
Além da emissão de licenças ambientais para a dragagem dos rios para viabilizar o transporte de pessoas e o escoamento de mercadorias durante o período mais crítico da seca deste ano, o governo do Amazonas já trabalha no envio de medicamentos e insumos hospitalares para suprir estoques, assim como na área da educação e agricultura.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) anunciou no último dia 17 que o rio Solimões no Amazonas já apresenta sinais claros de “comportamento de recessão”, marcando o início da fase de vazante. Os dados técnicos revelam uma rápida e preocupante descida do nível do Rio Solimões, que tem alarmado a população local.
Apoio Federal
Em um movimento de cooperação intergovernamental, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu total apoio ao Amazonas. Lula anunciou que o governo federal enviará recursos adicionais e equipes especializadas para ajudar no combate aos problemas causados pelo clima extremo. “O Brasil está unido nesta luta. Não podemos deixar que a Amazônia, um patrimônio natural do mundo, sofra ainda mais com as consequências das mudanças climáticas. Estamos comprometidos em oferecer todo o apoio necessário ao governador Wilson Lima e ao povo amazonense”, declarou Lula.
Além do envio de recursos e equipes, o presidente também mencionou a criação de um comitê de crise que trabalhará em conjunto com as autoridades estaduais para coordenar as ações emergenciais. Esse comitê será composto por representantes do Ministério do Meio Ambiente, Defesa Civil, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outros órgãos relevantes.
Impactos das Mudanças Climáticas no Amazonas
Os efeitos das mudanças climáticas no Amazonas têm sido devastadores. As secas prolongadas têm reduzido drasticamente os níveis dos rios, afetando o abastecimento de água e a navegação, essenciais para a economia local. Por outro lado, enchentes repentinas têm causado deslizamentos de terra e destruído comunidades ribeirinhas. O aumento das temperaturas também tem exacerbado a incidência de doenças tropicais e prejudicado a agricultura, uma das principais fontes de sustento para muitas famílias.
Medidas Emergenciais
Entre as medidas emergenciais que serão adotadas, destacam-se:
- Distribuição de água potável e alimentos para as comunidades afetadas pela seca.
- Realocação de famílias que perderam suas casas devido às enchentes.
- Fortalecimento da infraestrutura de saúde para lidar com o aumento de doenças.
- Implementação de programas de reflorestamento e conservação ambiental.
- Promoção de campanhas de conscientização sobre a importância da preservação ambiental.
Wilson Lima vem realizando reuniões com ministros, empresas públicas e privadas, e com representantes do setor energético para que possam ser adiantadas ações que minimizem os impactos da seca. Em 2023, os dois meses mais críticos da seca no estado foram agosto e setembro. Para este ano, a previsão é de que entre os meses de julho e agosto aconteçam as situações mais agravadas.
Perspectivas Futuras
O decreto de emergência climática no Amazonas representa um passo significativo na luta contra os impactos das mudanças climáticas no Brasil. A colaboração entre o governo estadual e federal é um exemplo de como a união de esforços pode fazer a diferença em momentos de crise. Especialistas esperam que essa iniciativa sirva de modelo para outras regiões do país que também enfrentam desafios climáticos.
Em meio às adversidades, a população do Amazonas continua a demonstrar resiliência e determinação. Com o apoio das autoridades e da comunidade internacional, o estado tem a oportunidade de construir um futuro mais sustentável e seguro para todos os seus habitantes.