O governador Wilson Lima destacou, nesta quinta-feira (27/05), que o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de 14 municípios do Amazonas como zonas livres de febre aftosa sem vacinação abre novas perspectivas de mercado para os pecuaristas do estado, que se tornaram aptos a comercializar bovinos e bubalinos para todo o Brasil e o mundo.
O anúncio foi feito hoje durante reunião, em Brasília (DF), com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que contou com participação de Wilson Lima, entre outras autoridades, e foi transmitida em live em canais oficiais dos Governos Federal e do Amazonas.
Com o anúncio oficializado durante a 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, que começou no dia 22 deste mês e encerra nesta sexta-feira (28/05), em Paris, na França, o Amazonas é uma das seis unidades da federação que passam a ser consideradas como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Antes, em todo o país, apenas Santa Catarina havia alcançado essa condição.“Hoje o Governo do Estado e o Governo Federal dão uma resposta muito significativa porque isso agrega valor ao que é produzido naquela região do Amazonas, na região sul, onde há um potencial muito grande para o agronegócio, um potencial muito grande não só para a pecuária mas também para plantação de grãos”, disse o governador.
Passam a fazer parte da elite pecuária mundial os municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá, agora áreas com status de livres de febre aftosa sem vacinação.
Atividade sustentável
Na cerimônia em Brasília, Wilson Lima destacou o desafio da pecuária no Amazonas e ressaltou que no estado são desenvolvidas atividades que garantem a sustentabilidade.
“Essa é uma atividade que enfrenta uma desconfiança internacional, uma desconfiança por alguns segmentos ambientalistas, e a gente tem um desafio de provar que é possível preservar e produzir. E nós temos alguns modelos no estado do Amazonas. E o avanço que nós estamos tendo hoje é um exemplo disso. A senhora (ministra do Mapa) com a sua equipe esteve lá presente, acompanhando alguns modelos de como é possível isso ser feito”, destacou o governador.
Wilson Lima ressaltou também que o Governo do Amazonas, por meio da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), realizou ações para viabilizar o reconhecimento nacional pelo Mapa e o internacional pela OIE.
Entre as ações estão a implantação de três novas Barreiras de Vigilância Agropecuária (BVAs) nos municípios de Novo Aripuanã, Apuí (localizada no Distrito de Sucunduri) e Manicoré (na comunidade de Igapó Açu, na rodovia BR-319); convocação de novos servidores aprovados em concurso público; estudos sorológicos; estruturação e modernização de escritórios da Adaf e diálogo com os produtores.
“Eu quero aqui, de verdade, em nome do governo brasileiro, em nome do governo do presidente Jair Bolsonaro, agradecer os estados pela colaboração. Se vocês não tivessem junto com essa força toda não teríamos chegado ao dia de hoje e agora eu acho que muitos estados virão nos próximos blocos se juntar a nós. Temos um programa que, até 2026, nosso objetivo é deixar o Brasil todo livre de febre aftosa sem vacinação. Obrigado a todos vocês”, ressaltou a ministra Tereza Cristina.
Fortalecimento da economia
Com a conquista de status de zona livre de febre aftosa sem vacinação os municípios poderão atrair empreendedores para fortalecer a economia do estado, contribuindo para ampliação do mercado brasileiro, já que alguns países só aceitam comprar carne proveniente de zonas livres de aftosa sem vacinação.
Nessa região, a Adaf tem cadastrado 1.171.393 bovídeos. Lábrea (365.087), Boca do Acre (278.183), Apuí (181.903) e Manicoré (142435) são os municípios que concentram o maior número do rebanho do Amazonas. Ao todo, 6.113 propriedades rurais e 6.392 pecuaristas são cadastrados na agência. O rebanho total nos 62 municípios do Amazonas hoje é 1.721.303.
Agência Amazonas