Agro Floresta Amazônia – Principais Notícias do Agro!

Veja o ‘bebedouro ecológico’ que ficou famoso no Brasil

Retrospectiva 2020. O equipamento é feito a partir de pneus gigantes usados na indústria de mineração e promete ajudar tanto o pecuarista quanto o meio ambiente

Você teria coragem de beber a mesma água que serve para os seus animais? Essa é uma pergunta que o médico veterinário Fernando Loureiro faz com frequência em suas visitas às propriedades e em dias de campo. Ele separa um copo transparente, enche com a água da aguada ou da pilheta e ameaça beber.

 
Em participação no Giro do Boi, o veterinário citou estudos que comprovam a influência do consumo de água limpa no ganho de peso de bovinos. 

‘Bebedouro ecológico’

O médico veterinário lembrou que intensificou suas pesquisas sobre os impactos do consumo de água contaminada por bovinos a partir de 2012, quando passou a representar a empresa Rubber Tank no Brasil. A companhia encontrou uma solução para problemas como os citados anteriormente e aplicou à pecuária norte-americana, ao passo que o veterinário enxergou a oportunidade de importar o equipamento que traria tais benefícios também à bovinocultura tropical.

A resposta está no uso de tanques de borracha feito com pneus gigantes usados em maquinários de mineração, que são cortados e transformados em bebedouros duráveis, de fácil instalação e limpeza e também considerados sustentáveis. “É ecológico por não agredir o meio ambiente. Pelo contrário, ele traz benefício porque a gente está retirando do meio ambiente um lixo ambiental, que são os pneus pós-uso”, comentou.

A resistência é um dos destaques dos produtos, que podem durar por diversas gerações em uma fazenda de pecuária – até 600 anos, calculou o veterinário, conforme estimativas das próprias indústrias do setor. “Essa é uma brincadeira que eu fiz no primeiro evento aqui em São Paulo, capital, a extinta Feicorte. Nós lançamos a empresa e eu falava para o pessoal: ‘eu vou dar garantia de 300 anos, mas se você precisar que eu estenda a garantia, você me procura ate lá que eu assino”, disse sorrindo.

De fato, desde que foi inventado, há pouco mais de 100 anos, nenhum pneu foi naturalmente decomposto no meio ambiente. Por isso, quando transformado em bebedouro, acaba cumprindo papéis importantes para as indústrias que fazem seu uso em grande volume, com as do setor de mineração, como também para a pecuária de corte.

“A grande vantagem disso, na verdade, está sendo para a indústria de mineração porque a gente recicla um lixo ambiental deles, que é o pneu depois do uso. Depois do descarte, a gente traz uma solução, e eu chamo de de upcycling pecuário. É quando você pega um produto que já existe e transforma para um novo uso sem voltar ele na origem, sem voltar no látex, no óleos derivados de petróleo, no aço. Eu transformo para um uso infinito sem gerar resíduo para a natureza”, completou.

Para as fazendas, além da durabilidade, a mobilidade e a facilidade de manejar o equipamento se apresentam como diferenciais. “Eu tenho um vídeo de um trator de esteira passando sobre o pneu (assista no player abaixo) e não acontece nada. É perigoso estragar a sapata da esteira, mas não estragar o bebedouro. Então a vantagem é grande. Outro ponto: touro, animais brigando, eles batem no bebedouro, nenhum animal sai manco, não sai machucado e não estraga o bebedouro porque ele (pneu) devolve a pressão. A instalação é muito simples, ela é feita somente com cimento, areia e pedra, um concreto que é feito lá no local de uso para tampar o fundo do pneu”, instruiu.

Loureiro disse que o custo do bebedouro é de 90 centavos por litro de capacidade. Ou seja, um tanque de 1.000 litros custa cerca de R$ 900. São nove tamanhos diferentes, variando de 600 litros, que seria recomendado para levar água a um curral, ao mangueiro para trabalhos mais rápidos ou para rebanhos menores, como a tropa ou vacas leiteiras, seguindo até os maiores de 5.400 litros indicados para até 250 animais.

Texto com informação do Canal Rural

Fotos: Divulgação

Sair da versão mobile