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Vamos conhecer o Projeto de Extensão “Hortas Comunitárias e Educação Alimentar”, em Santana de Livramento – RS

Nossas entrevistadas são Biane de Castro e Cassiane da Costa ambas de Santana do Livramento – RS município que faz fronteira com Rivera no Uruguai,  nosso assunto será sobre Hortas Comunitárias, na qual elas fazem um excelente trabalho nos bairros dessa cidade.

BIANE DE CASTRO possui graduação em Agronomia pela UFRGS e doutorado pelo programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFRGS, com ênfase em Horticultura, atualmente é professora adjunta das Faculdades de Agronomia e Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial na UERGS.

Biane quando você descobriu que seria uma engenheira agrônoma e o que faz uma agrônoma?

…”Não conhecia a profissão até participar de uma feira de profissões realizada em uma Universidade localizada em Porto Alegre – RS. Nessa oportunidade fiquei sabendo sobre esse curso de nível superior e identifiquei que era exatamente o que procurava. Desde criança sempre tive contato com o meio rural, embora tenha morado na capital até me formar.

Uma engenheira agrônoma tem muitas atribuições e oportunidades de atuação e realização profissional.  Os profissionais da Agronomia têm as seguintes atribuições:

Produção Animal: zootecnia; melhoramento animal; defesa sanitária; química agrícola; microbiologia agrícola; biometria; nutrição animal; agrostologia; bromatologia e rações; economia rural e crédito rural.

Produção Vegetal: fitotecnia; melhoramento vegetal; defesa sanitária; química agrícola; fertilizantes e corretivos; processo de cultura e de utilização de solo; microbiologia agrícola; biometria; economia rural e crédito rural.

Engenharia Rural: a engenharia rural; construções para fins rurais e suas instalações complementares; irrigação e drenagem para fins agrícolas; alimentos; tecnologia de transformação (açúcar, amidos, óleos, laticínios, vinhos e destilados); beneficiamento e conservação dos produtos animais e vegetais; zimotecnia; agropecuária; edafologia, mecanização na agricultura; implementos agrícolas.

Meio Ambiente: fitotecnia; zootecnia; recursos naturais renováveis; ecologia; agrometeorologia; química agrícola, parques e jardins.

Durante a minha atuação profissional foquei bastante na fitotecnia e principalmente na fruticultura como grande área de interesse, mas diversas outras áreas são super importantes também.”…

CASSIANE DA COSTA é uma tecnóloga em Agropecuária pela UERGS, Mestre em Extensão Rural pela UFSM e Doutora em Extensão Rural pela UFSM com Estágio na UNED Madrid – Espanha. Atualmente é professora adjunta em  Desenvolvimento Rural na UERGS, unidade em Santana do Livramento

 

O que faz uma tecnóloga agropecuária?

…”A área de atuação de um profissional graduado em tecnologia em agropecuária é semelhante ao do profissional graduado em agronomia. O curso é mais curto são 4 anos.

Gostaria de agregar que esse projeto promove um retorno que não é possível medir. Aprendemos com as trocas com a comunidade e estudantes, trocamos saberes, construímos uma linda equipe. As principais beneficiárias do projeto são as crianças. Cada vez que vemos uma criança se alimentar com produtos saudáveis da horta, o projeto cumpre seu objetivo e nos revigoramos para dar continuidade.”…

Como vocês chegaram à idéia de fazerem essas hortas comunitárias?

…” Fomos demandadas pelas comunidades durante a pandemia. Depois conforme iniciamos os trabalhos, os pedidos só aumentaram.”…

 

Como funciona o projeto e como é o nome?

…”Projeto de extensão “Hortas comunitárias e educação alimentar.

 O projeto das hortas comunitárias, no município de Santana do Livramento – RS, foi idealizado e construído coletivamente pela Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários da Fronteira da Paz – Santana do Livramento – RS, Programa SENGE Solidário, UERGS, UNIPAMPA, Sicredi e Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA) de Santana do Livramento. O projeto iniciou aos vinte e nove dias do mês de março do ano de 2022 e contou com a colaboração das referidas instituições e das comunidades locais. Teve como beneficiários o Clube de Mães do Bairro São Paulo, o Bairro Simão Bolivar, o Lar de Meninos Daniel Albornoz e o Projeto Educacional Cidade de Meninos.

Voluntários(as) iniciaram a primeira horta comunitária, localizada no bairro São Paulo, beneficiando o Clube de Mães. Essa entidade tem como objetivo social garantir a alimentação de famílias e crianças carentes da região. A construção da horta no bairro São Paulo se deu com a preparação do adubo orgânico, construção de um minhocário, cerceamento da área, preparo da terra, aquisição e produção de mudas, organização de uma equipe para auxiliar na remoção de resíduos acumulados, construção e adubação dos canteiros, plantio, irrigação e implantação de estufas de túnel baixo. Também foi necessária a formação de equipe com moradores do bairro para manter o trabalho de cultivo e cuidado com as hortaliças. Foram feitos canteiros e minhocário de bambu, cultura vegetal pré-existente no local. As minhocas utilizadas para produção do adubo necessitaram de material orgânico como estercos, folhas, dentre outros resíduos vegetais, para se alimentarem e produzirem o composto orgânico para uso na horta. As mudas foram adquiridas de viveiro e também produzidas na granja municipal da SMAPA, sendo semeadas e cuidadas para que assim que estivessem prontas pudessem ser transplantadas.

 

Dando continuidade no projeto, se iniciou a implantação de uma horta comunitária no Bairro Simão Bolívar, onde já existiu uma horta, porém que estava desativada. Nesse local também é realizado um trabalho de servir refeições a pessoas que precisam, especialmente as crianças. A reativação da horta ocorreu por meio de mutirões, permitindo que a produção da horta comunitária fosse utilizada para o preparo de alimentos que são distribuídos às famílias e crianças assistidas no local. A preparação do solo foi realizada com maquinários e equipe da SMAPA, onde a comunidade, professores e estudantes realizaram o plantio das mudas, parceria que resultou na criação de mais uma horta comunitária, também com a construção de estufas de túnel baixo para proteção contra as baixas temperaturas. 

 

 

Na sequência, os integrantes do projeto foram convidados a trabalhar na revitalização da horta comunitária do Lar de Infância Daniel Albornoz, para recuperação da estufa e canteiros. Além dessas atividades, também foram realizados plantios de mudas de hortaliças. As crianças acolhidas no local deram sequência às atividades, cuidando da horta com dedicação e responsabilidade a partir da orientação dos responsáveis pela entidade.

A última horta foi implantada no Projeto Educacional Cidade de Meninos, a maior de todas em extensão. Nesse local, profissionais da SMAPA também prepararam o solo e canteiros com o auxílio de máquinas. Todo o plantio de mudas foi realizado por voluntários(as), estudantes, professoras e comunidade. Está sob os cuidados da equipe local, envolvendo atividades de ensino com as crianças da escola e contribuindo para as refeições da comunidade escolar.

                                                

Nesse ano em função da falta de recursos, seguimos por meio dos recursos de uma rifa que recentemente realizamos. Contamos com a aprovação dos projetos “Projeto Hortas Comunitárias em Santana do Livramento/RS: a luta por segurança e soberania alimentar continua” e “Sabores, saberes e saúde nas comunidades escolares e periurbarnas via edital interno na UERGS e contamos com a colaboração de duas bolsistas maravilhosas, uma da Agronomia (Josieli de Oliveira Rodrigues) e outra do Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial (Cleonice Rubim Machado).

 Nesse ano, com o reforço da chegada das bolsistas de extensão, foi criado esse perfil no Instagram para divulgar os trabalhos realizados.”…

 

Quais produtos são plantados e quem trabalha na horta comunitária?

…”  Geralmente é realizado um levantamento das hortaliças mais demandadas em cada comunidade e tentamos atender esses pedidos na medida do possível.

Temos como perspectiva entrarmos em uma nova etapa do projeto. Para além da produção de hortas comunitárias, realizaremos um levantamento da alimentação da população de integrantes de comunidades escolares e periurbanas e levantaremos estratégias para diversificar a alimentação e promover a saúde de seus integrantes, considerando seus hábitos alimentares e conhecimentos culinários.  Nessa etapa contaremos com o apoio de nutricionistas de Santana do Livramento (RS) e de Rivera (Uruguai).”…

 

 

 

 

 

                                                                                                                                                                                            

Escritora

Márcia Ximenes Nunes Chaiben

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