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Usina de óleos vegetais de Tefé faz parceria agroextrativista

Ausência de fornecimento regular de matéria prima leva a plantação de cultivo de 500 mudas de andiroba

Onésimo Maurilo (camisa preta) e Lisandro Fraga

Onésimo Maurilo Jacinto Gomes, 45, é um visionário que luta para transformar Tefé em uma referência na produção de óleos vegetais de copaíba, andiroba e castanha, junto aos pequenos produtores, a maioria deles ribeirinhos. “Essas cadeias produtivas precisam ser melhor organizadas na região, para que os trabalhadores da floresta sejam os protagonistas e não os atravessadores. Com a nossa usina de processamento estamos fazendo parcerias em que todos ganham e não apenas os grandes empresários”, disse.

Membro da Cooperativa Mista Agropecuária de Tefé (Comate), que tem 28 associados, ele montou a usina de beneficiamento de óleos vegetais, que com a marca Apoena está entrando no mercado, com o objetivo de fortalecer os extrativistas da região do Médio Solimões do Amazonas. “Aqui, em Tefé, estamos no coração da produção de óleos vegetais; mas precisamos conhecer melhor os produtores, porque a escala de produção está diretamente relacionada ao que eles conseguem nos oferecer, para ser processado e ir para o mercado. A situação é delicada, porque falta matéria-prima para atender a demanda”, comentou.

Cultivo

Na busca de uma solução deste gargalo produtivo, Gomes irá plantar seis mil mudas de andiroba, para ter mais segurança no fornecimento regular de matéria prima. “Creio que em cinco anos, no máximo, vamos começar a colher os resultados desta iniciativa inovadora”, salientou.

Quinhentas mudas de andiroba foram plantadas no delta do igarapé Xidarini, nas proximidades do espaço urbano de Tefé. Outras 1.500 mudas serão plantadas no primeiro semestre de 2020. Mas, para que de certo o plantio, é fundamental que a assistência técnica dos engenheiros florestais do governo do Estado se faça presente, caso contrário ficará difícil manter o cultivo. “Nós estamos investindo parte do nosso capital neste cultivo, mas precisamos de orientação para não termos prejuízos”, comentou.

Parceria

A usina, que foi montada em novembro de 2019, tem todas as condições de dar certo, mas muito ainda tem que ser feito para que ela se consolide, como um braço do desenvolvimento regional do ‘Amazonas Profundo’. No momento, há estoques de castanha, que estão sendo processadas e transformadas em óleo para atender a demanda. Mas, até mesmo a castanha, que tem sua cadeia produtiva melhor definida falta na região. “Não temos capital suficiente para sair comprando, como fazem os grandes empresários, mas estamos conversando com dezenas de produtores, que estão nos ajudando a nos manter em pé industrialmente”, salientou Onésimo Gomes.

Assessoria

Ele é assessorado pelo engenheiro de automação Lisandro Rocha Fraga, bolsista do Instituto Mamirauá, na área de desenvolvimento de energias renováveis. Fraga é um entusiasta dos óleos vegetais e entende “que há mercado para que a comercialização dos produtos da cooperativa possa criar mais empregos e gerar receita, que permitirá o fortalecimento econômico dos associados e dos produtores da floresta”.

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