Vamos ter lives, concursos e premiações ao vivo
A Semana Farroupilha surgiu no ano de 1947, quando o folclorista Paixão Cortes, liderando um grupo de estudantes, fundou o Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos de Porto Alegre.
Ele pegou uma centelha do fogo simbólico e instituiu as comemorações farroupilhas, sendo que a Chama Crioula é um dos símbolos do gaúcho até hoje. Mostrando que as tradições estavam vivas dentro de todos os gaúchos.
Cléo Severo Trindade é o Coordenador da Semana Farroupilha há 14 anos seguidos, vereador do nosso município, ele acha que para a história do movimento tradicionalista gaúcho é um retrocesso não haver o desfile de cavalarianos no dia 20 de setembro.
No ano de 2015 queriam cancelar o desfile dos gaúchos por causa da doença do “mormo” nos cavalos, neste ano foram cancelados quase todos os desfiles na Fronteira Oeste do RS, mas Alegrete realizou o desfile nesse ano. Mas foi um ano de muita luta dele, mas apoiado pelos gaúchos, para que houvesse o desfile.
Foi procurar as autoridades sanitárias para ter informações sobre o mormo. Na época, Cléo era diretor geral da Secretaria de Turismo, foi atrás de especialistas, descobriu que o mormo era uma doença respiratória que dá nos equídeos, tipo uma gripe mais agressiva.
Mormo ou Lamparão é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Burkholderia Mallei, mais frequente em equídeos (cavalos, asnos e mulas), mas também podendo ser contraída pelo homem. É uma infecção transmitida por secreções nasais, orais, oculares, fezes e urina de animais infectados.
O mormo matou muitos cavalos e soldados durante a 1ª e a 2ª Guerra Mundial na Rússia, possivelmente espalhada intencionalmente pelos alemães. Atualmente está quase erradicada nos países desenvolvidos. Neste mesmo ano de 2015, o desfile em Porto Alegre, foi mais a pé do que à cavalo e em Alegrete ocorreu o desfile dos cavalarianos, com todos os cuidados e exames dos cavalos em mãos. Depois de muitos recursos, envolvendo a justiça, os gaúchos venceram o mormo e foram para o desfile do dia 20 de setembro.
Cléo também foi o criador do nosso desfile temático, que não vai acontecer este ano, também é o presidente da Associação Campereada Internacional de Alegrete, que vai para a 42ª edição e resiste sem dinheiro público, só com apoio de patrocinadores.
A partir do ano de 2020 a lei foi mudada e quem decide se acontece ou não o desfile de cavalarianos na Semana Farroupilha é o executivo do município, sendo que o Movimento Tradicionalista Gaúcho é convidado a participar. Antes com a lei 4850 de 12 de dezembro de 1964, era o Movimento que organizava.
Comemoração atípica
Neste ano de 2020, um ano atípico para todos nós, serão canceladas as atividades com aglomerações de pessoas, como o desfile de cavalarianos, desfile temático e a chegada da chama crioula, durante a semana farroupilha.
Mas a semana farroupilha acontecerá, já estão organizando os festejos que teremos, através de lives, gincana, concursos e outras atividades. Vamos ter uma gincana solidária com arrecadações de alimentos pelas entidades tradicionalistas, que serão encaminhados as pessoas que precisam, a entidade que arrecadar mais produtos será premiada e fazendo com que as entidades lembrem-se sempre do seu próximo.
Teremos concursos de trovas, declamação, gaita, violão e outros, através de lives ou gravações de vídeos encaminhados a comissão julgadora. As prendas e os peões da semana farroupilha do ano passado, serão renomeados.
Concursos de peões e prendas mais bem pilchados e dos cavalos mais bem aperados, ainda não decidiram se a avaliação vai ser feita por vídeos enviados a comissão ou através de live ao vivo.
A equipe de organização da Semana Farroupilha está se organizando muito, para que não passe em branco esse ano tão difícil pra todos, principalmente a semana mais importantes dos gaúchos.
…Eu sou do sul
É só olhar pra ver, que eu sou do sul.
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver… (Elton Saldanha)
Edição: Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Reprodução
