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Semana da Cultura do Café no AM tem dias de campo em Itacoatiara, Silves e Manaus

Resultados de pesquisa com novas cultivares híbridas de café, chamadas de Robustas Amazônicos, testadas nas condições do estado do Amazonas, serão apresentados durante a Semana da Cultura do Café no Amazonas, evento composto por três dias de campo nos dias 17, 18 e 20 de maio, respectivamente, nos municípios de Itacoatiara, Silves e Manaus (AM).

A Semana da Cultura do Café é um evento promocional da cultura do café no estado do Amazonas, realizado por meio da parceria entre Embrapa, Idam (Instituto Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e ASA (Associação Solidariedade Amazonas). O evento é voltado para agricultores, técnicos do setor agrícola e público interessado na produção de café.

Conta com apoio das seguintes instituições: Ifam (Instituto Federal do Amazonas),  Sepror (Secretaria de Estado de Produção Rural do Amazonas), Crea-AM (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), FAEA (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), Prefeitura Municipal de Silves e Prefeitura Municipal de Itacoatiara, e as empresas  Três Corações, Eneva S.A e Mil Madeireiras.

Nestes dias de campo serão apresentados resultados de pesquisa sobre a cultura de cafeeiros clonais no Amazonas.  O pesquisador Marcelo Curitiba, da Embrapa, que vem coordenando as ações de pesquisa com a cultura do café no Amazonas desde 2014, explica que foi realizado um primeiro ciclo de pesquisas, conduzido durante sete anos (de 2014 a 2021) no qual foi testada e validada para cultivo no Amazonas, a variedade de café denominada BRS Ouro Preto, composta por 15 genótipos clonais com características típicas das plantas da variedade botânica Conilon.

A partir de 2019, iniciou-se um segundo ciclo em que vêm sendo testadas novas cultivares denominadas de Robustas Amazônicos, que apresentam potencial produtivo superior ao da primeira variedade. O pesquisador destaca que os resultados, tanto do primeiro quanto do segundo ciclo, indicam que a cultura do café é viável e representa uma alternativa sustentável de renda para o pequeno agricultor no Amazonas. 

“A cafeicultura clonal no estado do Amazonas já é uma realidade e, de acordo com os resultados de pesquisa da Embrapa, a cultura é viável. Com o uso de técnicas visando sustentabilidade, é possível melhorar a renda para agricultura familiar preservando a floresta e evitando os desmatamentos”, destaca o pesquisador.

Com o tema “Robustas Amazônicos – Novas cultivares híbridas de café para a Amazônia brasileira”, os dias de campo serão realizados em Unidades de Referência Tecnológica (URT) localizadas em três municípios do Amazonas que possuem lavouras de cafeeiros Robustas Amazônicos no segundo ano de produção (segunda safra). Como maio é o mês que dá início ao período de colheita dos frutos, os participantes poderão ver as plantas de café com frutos e conferir, na prática, as características de cada cultivar especialmente no que se refere ao potencial produtivo, ciclo e uniformidade de maturação, tamanho de frutos, arquitetura de plantas, dentre outros.

A programação se inicia no município de Itacoatiara, na terça-feira, dia 17 de maio de 2022, com o primeiro Dia de Campo, no horário de 8h às 13h, no Sítio JotaPê, localizado no Km 08 da rodovia AM 010, (sentido Itacoatiara-Manaus). Na quarta-feira, dia 18 de maio, a programação continua no município de Silves, na Sede da Associação Solidariedade Amazonas (ASA), Rodovia AM-363, Km 77, também no horário de 8h às 13h. Na sexta-feira, dia 20 de maio, o Dia de Campo será em Manaus, de 8h às 13h, na Fazenda da Ufam (FAEXP), localizada na rodovia BR 174, no KM 38 (sentido Manaus-Presidente Figueiredo). 

Serão três dias de campo em três diferentes municípios, com a mesma abordagem, visto que a proposta é divulgar os resultados para agricultores de diferentes localidades. Em cada dia de campo, na primeira estação será a “Apresentação das Novas cultivares”, por Marcelo Curitiba, da Embrapa Rondônia, e Fábio Medeiros Ferreira, da Ufam. 

Na segunda estação, serão abordados aspectos relacionados à “Colheita e Pós-colheita e Qualidade de bebida do café”, por João Maria Diocleciano, da Embrapa Rondônia, Hugo Cesar Tadeu, da Ufam e  Roque Pereira Lins, agricultor da ASA. As informações sobre “Mercado e Indústria” do café serão apresentadas na terceira estação, por Calixto Rosa Neto, da Embrapa Rondônia.

Pesquisas para apoiar a cafeicultura

Dentre as ações de parceria para estimular o desenvolvimento de pesquisas para apoiar a cafeicultura no Amazonas, está sendo realizado o projeto “Seleção de clones de Coffea canephora para o Estado do Amazonas, desenvolvido pela Ufam e Embrapa, apoiado com recursos da Fapeam, por meio do edital Amazonas Estratégico/2018. Maria Teresa Lopes, professora da Ufam e coordenadora deste projeto, destaca que ele está permitindo o desenvolvimento de pesquisas de doutorado assim como o treinamento de estudantes em iniciação científica. 

A professora conta que neste mês, em 9 de maio, foi defendida a primeira tese de doutorado do projeto, dentro do Programa de Pós-Graduação da Agronomia Tropical da Ufam, em que os resultados mostram a adaptabilidade dos clones avaliados e que eles são promissores para a cafeicultura do estado. Outras duas defesas de doutorado previstas irão trazer resultados mais aprofundados da qualidade do café e da produtividade do cultivo.

“O resultado para o Amazonas não foi somente científico, pois o projeto foi relevante para fortalecimento de parcerias das instituições envolvidas, difusão de uma cultura com possibilidade para o agricultor, treinamento de recursos humanos e certamente terá impacto não somente a curto prazo, mas para a evolução da cafeicultura no Amazonas”, ressalta Teresa, sobre o projeto iniciado em 2018 e que vai até agosto de 2022. 

A professora acrescenta que um novo projeto foi aprovado na Fapeam, para dar  continuidade às pesquisas nos experimentos instalados, uma vez que o cafeeiro é cultura perene e continuam as colheitas. Esse projeto “Café no Amazonas, expandindo fronteiras: adaptação, produção e qualidade” (edital Painter/2020 Fapeam) está sob coordenação do professor da Ufam, Fabio Medeiros, com atuação nos municípios de Humaitá, Itacoatiara, Manaus, Silves e Urucará.

*Embrapa Amazônia Ocidental

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