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Saiba como minimizar a taxa de canibalismo na criação de matrinxã

O INPA publica cartilha para fornecer orientações de como controlar os fatores que afetam a agressividade na matrinxã, reduzindo prejuízos econômicos e aumentando a produtividade

O Amazonas é líder nacional na criação de matrinxã, respondendo por 60,9% de participação na produção total do peixe em todo o país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

O peixe de escama, nativo da Amazônia, é também,  a segunda espécie mais criada no Estado, ficando atrás apenas do tambaqui. O maior município do estado em criadouros da espécie é Rio Preto da Eva, que produziu mais de 800 toneladas em 2019, seguido de Manaus, com mais de 313 mil toneladas.

Mas quando ainda são filhotes, os matrinxãs comem uns aos outros (canibalismo), prejudicando a sobrevivência da espécie e dificultando a criação em viveiros. 

“A baixa taxa de sobrevivência causada pela interação agressiva em sistema artificial tem sido um grande desafio enfrentado na criação de matrinxã, refletindo na reduzida oferta de animais e altos prejuízos para o setor produtivo”, explicou a pesquisadora e professora do Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Amazonas, Thaís Billalba Carvalho

Nesse sentido, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) criou, com base em pesquisa de campo, uma cartilha para orientar sobre cuidados que evitam a agressividade e canibalismo em matrinxãs.

Fornecer orientações de como controlar os fatores que afetam a agressividade na matrinxã (Brycon amazonicus), reduzindo prejuízos econômicos e aumentando a produtividade é a finalidade da cartilha ‘Comportamento Agressivo e Canibalismo em Matrinxã’ publicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), que está disponível para download gratuito no Repositório Digital do Instituto.

Segundo o estudo, a fase em que os peixes da espécie matrinxã ainda são filhotes, chamada de larvicultura, é a etapa mais difícil da criação, pois é nessa fase em que aparecem os comportamentos agressivos e de canibalismo. Os animais vivem em conflito, ameaçando a própria existência.

Na visão dos pesquisadores do Inpa e da Ufam, a maior taxa de mortalidade entre as larvas de matrinxã acontece por conta do canibalismo, que também causa ferimentos por parte dos filhotes que atacam.

Conforme eles, é necessária a aplicação de práticas de manejos direcionados, e consequente controle do canibalismo para a intensificação da produção aquícola.

As orientações foram pensadas como forma de mostrar que alguns fatores podem aumentar a sobrevivência da espécie. Entre eles, evitar a exposição ao excesso de iluminação, manter uma rotina alimentar (frequência e quantidade de alimento fornecido) e a qualidade e temperatura da água em que os peixes ficam são algumas das técnicas repassadas pelo grupo.

 

Cuidados para garantir a sobrevivência 

*Evitar que o local de armazenamento dos peixes fique em exposição ao sol ou ao excesso de iluminação;

*Manter as temperaturas dos viveiros próximas de 24 a 26 °c na fase de larvicultura;

*Ter cuidado no regime de alimentação (frequência e quantidade de alimento fornecido), não devendo ultrapassar 2 g de sal/l para até 72 horas após o nascimento,

*Não lotar as incubadoras onde ficam as larvas, sendo recomendado usar uma quantidade de 40 larvas por litro.

Fonte: INPA

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