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Queda no número de óbitos leva Manaus para mais perto do fim da pandemia, diz estudo da Ufam

Manaus pode a primeira cidade no Brasil a vencer a pandemia, é o que diz o Boletim ODS Atlas Amazonas publicado nesta quinta-feira (11). O estudo feito pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), revela que a cidade que já foi considerada epicentro do vírus no Brasil está próximo de uma espécie de redenção.

Manaus conta atualmente, segundo boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas (FVS-AM), com 22.504 casos confirmados e 1.560 mortes. A letalidade da cidade chega a 6,93% e mortalidade a cada 100 mil habitantes de 71,47%. Um dos fatores que colaboram com esses dados devem-se à alta contaminação e pessoas que já saíram do período de transmissão do vírus, como também o número de óbitos até hoje.

As taxas de mortalidade e letalidade, uma das maiores do Brasil foram os fatores considerados para que se chegasse à conclusão, conforme explica do boletim emitido.

“Em suma, talvez exatamente por ter sofrido as maiores taxas de letalidade e mortalidade do país, observa-se que em Manaus, a redução da velocidade de óbitos ocorreu antes e mais rapidamente que a de casos. Esse fenômeno dever ser atribuído aos trade-off coevolutivos decorrentes dessa interação massiva da população hospedeira com a do parasita. Na última fase da pandemia que parece estar por acontecer em Manaus, deverá ocorrer uma redução lenta da morbidade após essa a redução drástica da mortalidade, isso porque a transmissão da doença deverá finalmente perder velocidade até que novas estirpes do vírus surjam ou haja o aumento de suscetíveis caso a imunidade seja temporária”, diz o documento.

Outro quesito apontado no estudo e, que contribuiu para o resultado de Manaus sair de epicentro para uma espécie de “redenção” é da resposta no sistema de saúde. Embora tardia e longe do esperado, foi significativa e incisiva para que a pandemia na capital não tomasse maiores proporções.

“Outra hipótese de resposta comportamental preventiva que poderia explicar a redução na velocidade de óbitos estaria associada à melhora das respostas do sistema de saúde. Essas melhorias decorreriam de vários fatores como, por exemplo, a ampliação na oferta de leitos de UTI e também o aperfeiçoamento das condutas médicas no tratamento dos casos graves. No entanto, isso seria de fato algo significativo se não tivesse ocorrido, ao mesmo tempo, uma redução no número de internações, como de fato observado. Ou seja, essas melhorias teriam tido um grande impacto da curva de óbitos se tal redução não fosse em grande parte causada pela diminuição do número de internações diárias, ou seja, dos casos graves da doença. Essa redução de casos graves ocorre desde a segunda quinzena de abril quando a cidade já apresentava uma sequência longa de dias com altos índices de isolamento social”, afirmaram os pesquisadores.

Os pesquisadores apontam que a pandemia seria controlada ou logo combatida, se a atenção de saúde básica não fosse uma das quatro piores do Brasil.

“Essa precariedade do Sistema pode estar colaborando para que a nossa capital apresente o maior índice de letalidade do estado e o quarto pior do país, dentre as 27 capitais. Os dados para esse estudo foram coletados junto ao sistema e-Gestor de Atenção Básica do Ministério da Saúde e a metodologia do cálculo do índice segue a recomendação da Política Nacional de Atenção Básica”, explicou o documento.

O estudo foi realizado pelo coordenador geral da pesquisa, Prof.º Henrique dos Santos Pereira, o coordenador técnico Prof.º Danilo Egle Santos Barbosa, a pesquisadora colaboradora, Prof.ª Dr.ª Suzy Cristina Pedroza da Silva e o pesquisador colaborador, Bruno Cordeiro Lorenzi.  Esta pesquisa é publicação periódica do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia – PPGCASA.

 

Texto: Bruna Oliveira Fotos: Reprodução 

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