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Projetos prioritários para uma nova matriz econômica do Amazonas

Liderado pelo Idam, os projetos estão aprimorando a qualidade de produção e produtividade na agricultura familiar, piscicultura, extrativismo e bioeconomia

Os 21 projetos prioritários, elencados pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), têm como alvo o desenvolvimento socioeconômico dos 62 municípios do Estado a fim de se criar uma nova matriz econômica. A diretora-presidente do Idam, Eda Oliva, falou sobre os projetos prioritários, com exclusividade, para a revista FLORESTA BRASIL.

Com o crédito rural estimado em cerca de R$ 222 milhões para os investimentos, iniciados em 2019 e que se estendem até 2022, os 21 projetos prioritários pretendem aprimorar a qualidade de produção e produtividade na agricultura familiar, piscicultura, pesca, extrativismo, dentre outras atividades da biodiversidade amazônica. Segundo a diretora-presidente do Idam, além de trazer desenvolvimento econômico para o Estado, a iniciativa visa a inclusão social.

“A importância desses projetos é grande para o setor primário. Eles têm abrangência com relação às principais cadeias produtivas do Estado, principalmente àquelas que conferem renda e oportunidade de trabalho, e que tem uma demanda grande nacional e internacional, como acontece com o açaí, os óleos vegetais, a madeira manejada, a castanha e outros produtos altamente cultiváveis”, disse Eda Oliva.

Pecuária

Dentre os 21 projetos, o investimento para a pecuária se destaca com R$ 112 milhões, que serão distribuídos aos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Parintins, Itacoatiara, Careiro da Várzea, Autazes, Apuí, Humaitá e Boca do Acre. A diretora-presidente afirma que a preocupação do Idam com a qualidade dos rebanhos resulta no melhoramento dos produtos derivados do gado, como o leite. Além de produzir, anualmente, 34 mil toneladas de carne, o Amazonas é responsável por 60 mil litros de leite e 16 mil toneladas de queijo.

Além disso, Eda Oliva disse que, juntamente com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado (Adaf), o Idam participa ativamente na luta contra a febre aftosa, com a distribuição das vacinas aos donos dos rebanhos. Ela acrescentou, ainda, que o órgão é responsável pelas orientações para a manutenção da qualidade dos gados, e por fim, alcançar o selo de área livre de vacinação contra aftosa.

“O combate à aftosa é uma questão muito importante para o Estado, pois afeta a saúde humana. Por esta razão, temos dado um olhar significativo para isso. Em outro momento, o Idam já foi responsável pala aplicação da vacina. Orientávamos aos vaqueiros para que fizessem a aplicação correta, entregando as vacinas em tempo hábil e nas condições desejadas”, comentou.
Além do crédito rural, os 21 projetos prioritários também contam com a prestação dos Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Em abril de 2019, o Governo do Estado disponibilizou R$ 23 milhões para ampliação dos programas de Incentivo ao uso do calcário na correção de solos (Pró-calcário) e de mecanização agrícola (Pró-mecanização). O Idam também apresenta o programa Pró-sementes como fomento à agricultura.

O cultivo da mandioca no Amazonas, que também está incluído nos 21 projetos, envolve 67.119 agricultores familiares e produtores rurais, com uma área plantada de 83.564 hectares, e produção de 180.616 toneladas. Por conta disso, o Idam destinou R$ 35 milhões de crédito rural, que vão beneficiar as áreas de produção de 30 municípios no Amazonas.

Com a área de atuação em 12 municípios, o investimento do cultivo do açaí é um dos projetos de agricultura que apresentam alto investimento. Para o crédito rural do açaí, foram destinados R$ 16 milhões, além de cerca de R$ 2 milhões de custeio de ATER. De acordo com o Idam, o Amazonas é o segundo maior produtor de açaí da região Norte, envolvendo 3.914 agricultores e produtores rurais. Além disso, o açaí na região corresponde a cerca de 201 mil toneladas.
“Se necessário for, teremos uma dotação orçamentária maior. Acreditamos que isso vai ocorrer, porque a medida em que a produção e produtividade vão aumentando, carecem de maiores

recursos. O crédito é muito importante para essas cadeias produtivas, além dos programas de subsídios complementares”, disse Eda Oliva, acrescentando que na piscicultura e na pesca, existem incentivos específicos de desenvolvimento.

Pesca

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio de um convênio com o Idam, destinou mais de R$ 719 mil em um projeto que beneficiou cerca de 400 pescadores artesanais e piscicultores. Esses investimentos foram destinados para os municípios de Manaus, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Careiro Castanho, Rio Preto da Eva, Autazes e Itacoatiara.
Nos projetos prioritários, a pesca recebeu o crédito rural de R$ 7 milhões, e abrange a área de atuação em 27 municípios. No Estado, 52 mil pescadores realizam a pesca artesanal e a pesca manejada, o que movimenta 200 mil pessoas que trabalham, desde a captura até a venda em mercados e feiras.

Apesar da queda na produção, a piscicultura também foi contemplada pelo Idam. Atualmente, a produção de peixes nativos no Amazonas registra 15.270 toneladas, enquanto em 2014 registrava cerca de 17 mil toneladas. No entanto, o crédito rural destinado para a área é de R$ 6 milhões, que vão beneficiar 13 municípios.

Nas palavras de Eda Oliva, o Governo do Estado tem fortalecido o setor primário, enxergando potencial na biodiversidade, com a proposta de formar uma identidade produtiva territorial amazônica. Com o extenso debate que envolve a redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no polo de refrigerantes da Zona Franca de Manaus (ZFM) e o advento da indústria 4.0, Eda Oliva afirma que o setor primário surge como uma alternativa econômica para o Amazonas.

“A gente também pode desenvolver uma agricultura 4.0 e trabalhamos nesse sentido.Nós temos um bom orçamento.Eu acreditoque, ainda esse ano , daremos conta dessa agricultura de precisão, destacadamente nesses projetos selecionados”, concluiu a diretora-presidente.

Texto: Izaías Godinho  /  Fotos: Divulgação/Idam

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