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Produção de abacaxis é transportada para o mercado de Manaus para abastecer população em tempo de pandemia

Foram colhidos cerca de 150 mil pés de abacaxis pelos agricultores da comunidade São Francisco de Caramauri, desde o primeiro decreto de isolamento social estabelecido pelo governo do Estado, em 23 de março

por Izaías Godinho

Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os agricultores da comunidade São Francisco de Caramauri, situada a 164 quilômetros da zona urbana de Manaus, dão continuidade ao cultivo de abacaxi em larga escala. De acordo com o produtor rural Manuel da Silva, desde o primeiro decreto de isolamento social estabelecido pelo governo do Estado, em 23 de março, até o dia 30 de abril cerca de 150 mil pés de abacaxis foram colhidos.

Caramuri fornece, desde 2014, cerca de 300 mil quilos (kg) de abacaxi anualmente para o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Estado (ADS) e também para a Feira Manaus Moderna. O abacaxi é exportado in natura, e  de acordo com os agricultores, o quilo é vendido a R$ 2,60, o que resulta em cerca de R$ 780 mil na economia da comunidade.

Segundo Manuel da Silva, mesmo durante o surto do coronavírus, a produção  manteve o ritmo previsto por ele, no início de 2020. O agricultor contou a reportagem que manteve atenção à compra de agroquímicos e outros produtos que contribuem na produtividade e fez, portanto, um estoque.

“Estamos trabalhando com a mesma logística de antes da pandemia. O Preme tem contribuído muito conosco. A parceria com o governo do Estado tem ajudado muito Caramuri. A produção vem no mesmo ritmo, graças a Deus, e temos o mesmo planejamento de colheita. Estamos nos organizando, antecipando as compras para que nada falte. A única dificuldade é porque ninguém pode ficar circulando. Estamos tomando os cuidados”, disse o agricultor.

 

O agricultor explicou que para a colheita de 20 toneladas de abacaxis, os trabalhos ocorrem dentro de duas semanas e conta com mais 15 agricultores. Após a colheita, Manuel disse à reportagem que a organização dos frutos inicia no sábado, para que na segunda-feira as frutas estejam prontas para serem colocadas dentro da balsa.

“Antes de chegarmos ao ramal de Caramuri, onde há um caminhão do Preme aguardando pelas 20 toneladas, percorremos a comunidade que é cercada por rios. Levamos cerca de 1h para fazer o trajeto na Comunidade. Duas pessoas movimentam a balsa, e quatro pessoas são responsáveis fazer o abastecimento e o desabastecimento”, explicou o agricultor.

O presidente da Associação Comunitária Agrícola São Francisco do Caramuri (ACASFC), Daniel da Silva, afirmou que o escoamento da produção continuo acontecendo pelo ramal do Caramuri. De acordo com ele, o governo do Estado vai até à Comunidade e transporta para a capital entorno de 10 a 25 toneladas de abacaxi que abastece Preme.

Por conta do coronavírus, Daniel  disse que precisou cancelar as atividades culturais e sociais como “Ação de Cidadania” e “Festival de Pescas”e disse que orientados comunitários a evitarem aglomerações, utilizarem álcool em gel e máscaras de proteção.

“Nós enquanto associação nos sentimos amparados pelo governo. Ficamos com muito receio de parar tudo e essa produção ser perdida. Mas graças a Deus não aconteceu isso. A economia ainda circula na Comunidade. Tivemos escoamento também para Roraima, por transporte particular e para Feira Manaus Moderna”, concluiu.

ADS

O Governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), já comprou mais de 600 toneladas de produtos regionais oriundos da agricultura familiar do Amazonas, desde o anúncio do pacote de medidas emergenciais para o setor primário, realizado no dia 1º de abril.

Para minimizar o impacto econômico dos produtores locais, a ADS conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa do Amazonas a Lei nº 5.161, de 2 de abril de 2020, que dispõe sobre a aquisição emergencial de insumos produzidos pelos produtores cadastrados no Edital nº 003/2019, beneficiando associações, cooperativas, agroindústrias e produtores individuais credenciados.

Para esta operação emergencial foram destinados R$ 5 milhões. Até o momento, foram realizados mais de 450 pedidos, beneficiando 155 fornecedores em 15 municípios, além da capital.

Os alimentos são entregues para a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e Fundo de Promoção Social (FPS), responsáveis pela distribuição dos mantimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade social, instituições cadastradas e pontos de acolhimento do Governo do Estado.

Texto:Izaías Godinho

Fotos: Divulgação da Comunidade Caramuri

 

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