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Preços dos alimentos consumidos no domicílio apresentam alta de 11,98% em 2020

Segundo IBGE, os preços dos produtos de “alimentação e bebidas” subiram 1,93% em outubro, acumulando alta de 9,37% nos 10 primeiros meses de 2020

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, divulgado pelo IBGE, foi de 0,86% revelando aprofundamento do processo de aceleração dos preços, iniciado em agosto, com alta de 0,24%. Em setembro, a alta foi de 0,64%. 

No acumulado do ano de 2020, o IPCA é de 2,22%, e nos últimos 12 meses o indicador está em 3,92%, ainda ligeiramente abaixo do centro da meta de inflação para o ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual a mais e a menos. 

Alimentos e bebidas

Os preços dos produtos de “alimentação e bebidas” subiram 1,93% em outubro, acumulando alta de 9,37% nos 10 primeiros meses de 2020, e de 13,89% nos últimos 12 meses.

Alimentos “consumidos no domicílio”

Preços dos alimentos “consumidos no domicílio” subiram 2,57% em outubro, uma desaceleração, portanto, frente aos 2,89% de setembro, mas ainda assim respondendo por 43% da alta mensal do IPCA.

Os preços dos alimentos consumidos no domicílio aumentaram 11,98% em 2020, e 18,41% nos últimos 12 meses.

Alimentos “consumidos fora do domicílio”

Enquanto os alimentos consumidos fora do domicílio apresentam alta de 3,39% esse ano e de 4,69% nos últimos 12 meses.

A desvalorização da taxa de câmbio que chega a 38,3% em 2020 – com o Dólar saltando de R$ 4,02 para os atuais R$ 5,56 – tem refletido em alta acentuada dos custos de produção, uma vez que parte significativa dos insumos da atividade agropecuária são importados ou têm seus preços atrelados ao Dólar.

Além dos custos de produção, a desvalorização da moeda brasileira tem também contribuído para uma alta dos preços em Reais dos alimentos, cujos preços internacionais em Dólar também têm crescido. É o que mostra o índice de preços da FAO que chegou a 100,9 pontos em outubro.

Ou seja, na média, os preços, em dólar, das commodities agrícolas cresceram 3,2% em outubro frente a setembro. O crescimento dos preços das commodities agrícolas é de 6% em dólar nos últimos 12 meses, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação.

A recuperação da demanda interna, com a sustentação do poder de compra por meio dos programas públicos lançados durante a pandemia, associada à reabertura gradual dos
estabelecimentos comerciais em todo o país, também contribui para esse reajuste de preços.

Ainda assim, as expectativas inflacionárias no Brasil seguem bastante acomodadas com o
mercado projetando, até 30/10/2020 (último dado disponível), inflação de 3,02% em 2020.

Principais altas de preços

Carnes 

A produção de carne bovina continua reduzida no Brasil devido à baixa disponibilidade de animais prontos para abate, reflexo do maior abate de fêmeas nos anos anteriores, antecipação da terminação de animais para atender a demanda ao final de 2019, e
das projeções de redução de margens da terminação intensiva no início do ano. Com isso, os frigoríficos estão tendo dificuldades de manter as escalas de abate e fornecimento de carne no mercado doméstico. Além disso, a demanda do mercado interno favorece a elevação dos preços ao consumidor.


Carne suína

Mercado de carne suína continua com baixa disponibilidade de animais prontos para abate. Isso, somado às exportações em níveis elevados, desequilibra o quadro de oferta
e demanda interna, refletindo no aumento dos preços ao consumidor. Há que se levar em
conta também o expressivo aumento do custo de produção devido às cotações atuais do
milho e farelo de soja, principais componentes do custo do suinocultor. O aumento de preço ao consumidor não significa que o produtor está lucrando, no máximo consegue se manter na atividade.


Arroz

Apesar da oferta restrita e do período de entressafra, o aumento de 13% do preço ao
consumidor ainda foi alto, mas confirma a tendência de desaceleração das taxas observadas nos meses anteriores e na contramão dos preços do arroz ao produtor no Rio Grande do Sul, que já apresentou queda de 1% no mês de outubro, segunda dados da Emater/RS.

As condições de campo estão boas na região Sul do país e devem garantir boa oferta a partir de janeiro de 2021. A evolução do plantio também foi rápida e deverá antecipar a entrada do arroz no mercado, aliviando a pressão nos preços. Ainda, as importações de 102 mil toneladas de arroz beneficiado no mês de outubro também contribuirão para o aumento da oferta no mercado doméstico no período de entressafra.


Óleo de soja 

A oferta de óleo de soja segue restrita com o período de entressafra de soja no Brasil. A elevação dos preços internacionais e a manutenção do câmbio desvalorizado em outubro elevaram os preços da matéria prima e, por consequência, refletem no aumento do preço de óleo de soja. O aumento dos preços ao consumidor de 17,44% já é menor que o aumento observado em setembro de 27,54%.


Tomate 

A movimentação de alta dos preços no tomate foi em função da oferta limitada, com o fim da primeira parte da colheita da safra de inverno nas lavouras de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo e Espírito Santo e pelo ritmo lento da segunda parte da safra, em função das temperaturas mais amenas, que atrasaram a maturação, e das chuva que prejudicaram as operações de colheita.


Batata-inglesa

Devido às altas temperaturas, a colheita concentrou antecipadamente em setembro. Com o fim da safra de inverno nas lavouras Goianas e Mineiras, a bataticultura vivenciou um período de entressafra em outubro com oferta restrita do tubérculo.

A colheita da safra de verão inicia em novembro, momento em que já se espera um recuo dos preços.

Texto com informação do IBGE

Fotos: Reprodução

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