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Piscicultura amazonense busca ser auto-suficiente

Os peixes mais produzidos em viveiros no Amazonas, são o tambaqui e matrinxã. Os maiores produtores estão nos municipios Rio Preto da Eva e Manaus. Porém, 90% dos peixes consumidos na capital amazonense são importados dos estados de Rondônia e Roraima

A carne de peixe é a mais consumida da região Norte, uma média anual de 18 quilos por pessoa. Sendo Manaus, a cidade que mais consome pescado de toda a Amazônia Ocidental. Para atender a grande demanda, a iniciativa privada importa 90% dos peixes consumidos na capital amazonense, dos estados de Rondônia e Roraima.

Apesar da variedade de espécies encontradas nos rios que banham a região, o Amazonas ocupou a 14° posição nacional de produção de peixes e piscicultura em 2019. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe Br), a produção no estado em 2019 foi de 20,596 milhões de quilo, o que corresponde a 2,71% dos 758,006 milhões de quilos da produção nacional.

Paraná ficou no primeiro lugar do pódio, com 154,2 milhões de quilos, seguido de São Paulo, com 69,8 milhões de quilos. O único estado da região Norte que ficou entre os dez primeiros colocados foi Rondônia, em terceiro lugar com 68,8 milhões de quilos no ano.

Para o produtor rural e proprietário da fazenda Santa Rosa, Edney Ricardo, o ano de 2020 foi difícil para manter a produção, já que houve alta na safra de grãos, como a soja e o milho, utilizados para a produzir a ração para peixes. ´´Só houve melhora já no final do ano de 2020, quando houve o aumento no quilo do peixe, que ajudou na compensação dos gastos com a criação´´, ressaltou Edney

Secretario Executivo de Pesca e Aquicultura, Leocy Cutrim

A Secretaria de Produção Rural (Sepror), através da Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura, gerenciado pelo secretário executivo Leocy Cutrim, estão ampliando ações para o aumento da produção de peixes. No último ano, foram investidos R$ 4,78 milhões em beneficiamento para os produtores de peixes.

Para quem quer investir nessa modalidade, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), possui uma linha de crédito com juros baixos à disposição dos piscicultores, para auxiliar na compra de equipamentos e no aumento da produção.

Ediney com vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o governador do Amazonas,Wilson Lima na visita de comitiva internacional à Fazenda Santa Rosa

Fazenda Santa Rosa

A fazenda Santa Rosa, localizada em Iranduba (município distante a 4,5 kilômetros de Manaus), além da produção de peixes das espécies tambanqui, matrinxã e pirarucu, o local também dispõe de escola de educação ambiental e restaurante.

Referência nacional e internacional em equilíbrio entre o meio ambiente e a produção rural na Amazônia. No ano passado, o local recebeu a visita do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, o ministro Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, e de mais dez embaixadores.
O local dispõe de restaurante, que respeita todos os padrões de sustentabilidade, e faz aproveitamento da produção local.

Os visitantes também podem fazer a pesca do peixe para consumo no local ou levar pra casa.

O governo Wilson Lima estuda meios para desenvolver uma parceria com a fazenda, para a visitação de estudantes, por ser exemplo de sustentabilidade, assim incentivando a educação ambiental

Ministra Tereza Cristina segura tambaqui com Ediney na visita da comitiva internacional

Produção

Os peixes mais produzidos em viveiros no Amazonas, são o tambaqui e matrinxã responsáveis por 97% da produção no país. A produção de tambaqui em cativeiro é feita em 49 municípios do estado. Rio Preto da Eva é o maior produtor com 996 mil quilos, seguido por Manaus com 840 mil quilos e Iranduba com 810 mil quilos.

Já a Matrinxã chegou a 1,838 milhões de quilos em criação no Amazonas, sendo 795 mil quilos produzidos no município de Rio Preta da Eva, Manaus com 300 mil quilos e Manacapuru com 180 mil quilos.

Capacitação

A Sepror tem como objetivo capacitar os piscicultores de todo o Amazonas, através do programa Pró-Piscicultura. Até outubro de 2020, foram oferecidos seis cursos profissionalizantes nos municípios de Manacapuru, Presidente Figueiredo, Santo Antônio do Içá, Nova Olinda do Norte, Borba e Careiro.

Incentivos

Como incentivos para os piscicultores a Sepror destinou em 2020, por meio dos editais de Chamamento Público n.º 003 e n.º 006/2020, 210 kits de análise de água, para produtores de 31 municípios do estado. Com o kit é possível acompanhar o pH da água e todos os procedimentos envolvidos na criação, realizando a produção do peixe de forma correta.

Outra ajuda, foi a distribuição de alevinos, com a geração 930 mil larvas. As espécies produzidas foram o tambaqui e a matrinxã, que contemplou 22 municípios, beneficiando 1,560 mil piscicultores.

A Sepror também realizou a doação de ração, através de chamamento público. A ação ocorreu para suprir a necessidade dos piscicultores, devido ao elevado preço da ração. Mediante recursos destinados de emendas parlamentares, foram doadas 7,500 mil sacas de ração, aproximadamente 188,675 mil quilos, que foram distribuídas em 22 municípios, privilegiando 183 piscicultores.

Texto Beatriz Costa

Fotos: Divulgação

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