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Os Rios da nossa infância estão presentes em nossas vidas até os dias de hoje, lembranças lindas que não voltam mais

Na nossa infância, aproveitamos os rios das nossas cidades, na qual tomávamos banho de rio aos finais de semana, era um programa que envolvia a família e nossos amigos, esperávamos o final de semana para fazermos piqueniques na beira dos rios, na areia branquinha em meio às árvores e aproveitando a sombra dos ipês, cinamomos e eucaliptos que tinham por ali. Esses tempos não estão tão longe assim, pois estão presente nas nossas memórias e sentimos saudades.

Ficávamos a semana inteira ,esperando o sábado e o domingo, ansiosos até chegar o dia de nos refrescarmos no calor intenso do verão no sul.

As mães preparavam os lanches, eram  pães caseiros com geleia de uvas e amoras ou doce de leite argentino, muita água e suco dentro do isopor cheio de gelo, naquela época era difícil termos um refrigerante em casa. Ao meio dia os pais faziam um fogo de chão em baixo da sombra de alguma árvore e nossa mãe já trazia de casa o arroz-de-carreteiro fritinho na panela de ferro, apenas precisava colocar a água que era aquecida numa cambona no fogo. Essa comida é feita com charque, uma carne salgada e seca. Sempre trazíamos as cadeiras de abrir para sentarmos a sombra ou na beira do rio.

 

As crianças iam para dentro do rio, brincavam, nadavam, algumas usavam aquelas bóias feitas de câmara de pneu e faziam castelos nas areias brancas, e não tinha perigo nenhum, porque naquela época todo mundo cuidava de todos, sempre tinha os adultos que cuidavam das crianças, ninguém se afogava naquela época.

Nosso pai nos atirava dentro da água contra a correnteza para que aprendêssemos a nadar desde cedo, e isso deu certo, porque todos sabiam nadar, além de ser um ótimo exercício.

 

O futebol acontecia nas quadras de areia e de grama mais acima dos rios e também tinha o vôlei de areia para o povo se aventurar. Quando o rio tinha pedras, tinha a turma que recolhia as pedras coloridas para levarem para casa e depois guardar a mais bonita.

Tempos bons que não voltam mais,  e que não tivemos a oportunidade de mostrar para os nossos filhos, até porque as águas dos rios ficaram poluídas, muita falta de cuidado com a natureza. Não podemos mostrar a eles essas horas boas da nossa infância.

Nossa vida na maioria das vezes é como as águas dos rios que vão e nunca mais passam no mesmo lugar, às vezes, são águas calmas e outras com correnteza forte que acaba levando tudo que vem pela frente.

 

“Rio leva em tuas águas

E afoga essa mágoa do meu coração

Deixe chorar nas cascatas

Nas sombras das matas, fica a solidão

Leva pra sempre a saudade

Só a felicidade volta a meu coração.”

(Délcio Ttavares)

Escritora

Márcia Ximenes Nunes

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