A Amazônia Legal tem uma oportunidade maravilhosa para após a pandemia pelo Covid-19, projetar sua própria estratégia de turismo sustentável com políticas públicas e programas com essa abordagem holística e integrada
O turismo após a pandemia pelo Covid-19 será essencial para reativar a economia da América Latina e do Caribe, mas para alcançá-lo na busca do “Bem Comum”, é essencial que esse turismo também seja sustentável em aspectos sociais e ambientais, e com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e na Agenda 2030.
Tem que ser considerados também, todos os acordos internacionais sobre turismo, admitidos após a aprovação do Programa XXI (Agenda XXI) em 1992.
O caminho para o “Turismo Sustentável” foi dado pelos seguintes acordos:
*Carta Mundial do Turismo Sustentável (1995),
*Agenda 21 para a Indústria do Turismo: rumo ao Desenvolvimento Sustentável (1996),
*Sessão Especial de Turismo das Nações Nações / ONU (1997),
*Sessão nº 7 da Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável / CSD (1999),
*Código de Ética Mundial para o Turismo da Organização Mundial de Turismo / OMT (1999), Cúpula Mundial da Ecoturismo no Ano Mundial do Ecoturismo (2002),
*1ª Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas e Turismo (2003),
*Carta Mundial sobre Turismo Sustentável + 20 (2015).
Devemos prestar atenção especial aos aspectos éticos que devem prevalecer após a pandemia.
A OMT define “Turismo Sustentável” como “O turismo que visa satisfazer as necessidades dos turistas, bem como os destinos turísticos, protegendo e aumentando as oportunidades futuras”.
Em outras palavras, gerenciar recursos para que as necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser atendidas, mantendo a integridade cultural, processos ecológicos essenciais, diversidade biológica e sistemas / ecossistemas da vida.
O turismo sustentável busca permanecer ao longo do tempo, obtendo rentabilidade máxima e, por sua vez, protegendo o meio ambiente, os recursos naturais e culturais e, por sua vez, envolvendo a indústria.
Os principais acordos da Carta Mundial de Turismo Sustentável de 2015 mencionam que o turismo mundial desempenha um papel vital na transição para um planeta mais pacífico e pode se tornar um instrumento de paz e tolerância.
Pode ser um protagonista transcendental para preservar o patrimônio natural e cultural / material e imaterial; deve ser compatível com a conservação da natureza e da biodiversidade.
Serve para tomar consciência do valor intrínseco da natureza; deve responder ativa e urgentemente às mudanças climáticas e; pode contribuir para sua própria resiliência e recuperação econômica global com a implementação de uma estratégia de descarbonização / inovação em sistemas de energia, recursos, transporte e comunicação.
Após a pandemia, o turismo também deve fortalecer o desenvolvimento da agricultura local sustentável, que deve se concentrar nas pessoas, para que aqueles que foram mais afetados pela Covid 19 consigam se inserir no desenvolvimento do turismo em suas comunidades e países e, assim, melhorar sua economia e diminuir os níveis de pobreza que serão mais agudos.
Para conseguir isso, e especialmente após a pandemia da Covid-19, nossos países e / ou Estados e Municípios devem realizar ações como as mencionadas abaixo:
*É essencial realizar uma “Estratégia de Turismo Sustentável” a curto, médio e longo prazo, em que o maior número de setores, o Governo Central e o Congresso, o setor de turismo (estadual e empresarial), o setor acadêmico (todos níveis – primário, secundário, técnico e universitário), setor cultural e ambiental, o setor agrícola e de pesca, o setor da saúde, o setor de transporte e obras públicas, o setor responsável pela gestão da água, tanto a água potável quanto o esgoto, o setor municipal, as organizações da sociedade civil (ONGs e sistemas operacionais) e todos os outros que, de uma maneira ou de outra, estão relacionados à indústria do turismo.
A estratégia é fundamental, pois o turismo exige a participação de múltiplos atores e, para ser bem-sucedido, cada um deve trabalhar muito bem e em coordenação para que o turista esteja satisfeito e ansioso por retornar (Figura 1).
Essa abordagem é essencial para alcançar políticas públicas nos níveis nacional e subnacional que sejam adequadas e que fortaleçam todos os setores envolvidos na extensão de suas necessidades.
A estratégia deve, além de levar em consideração os aspectos mencionados, ser baseada na realidade do país, estado ou município. Cada site em nossos países é único, com suas próprias características, que é o que o turista deseja conhecer e explorar.
Prioridade: segurança e saúde
A Figura 2 mostra alguns aspectos das necessidades do turista que considero essenciais a serem levados em consideração, para que seja possível promover uma gestão integral do turismo sustentável e projetar políticas adequadas de longo prazo, de acordo com as demandas que nos serão deixadas. o pós-Covid-19.
Como você pode ver, a segurança e a saúde eram muito importantes antes da pandemia e agora serão muito mais.
Devemos lembrar que o turista sai de casa para desfrutar, para ter uma excelente experiência que ele se lembrará com prazer, ele nunca vai querer ficar doente durante as férias.
Essa estratégia e seu planejamento devem definir claramente políticas, visão, objetivos, metas e recursos para que conjuntamente empresas públicas e privadas realizem um desenvolvimento turístico bem-sucedido.
Mencionarei brevemente alguns dos aspectos que permitiram o sucesso da Costa Rica. Os eixos fundamentais do Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo 2017-2021 são “sustentabilidade, inovação e inclusão” para ter produtos turísticos diferenciados e altamente competitivos.
O objetivo tem sido manter o turismo como o motor da economia costa-riquenha, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável, inovador e inclusivo para contribuir com a melhoria da qualidade de vida à qual aspira como nação e com seu objetivo de alcançar o crescimento projetado. 7% nas receitas de câmbio durante esse período, montante que havia sido excedido antes da pandemia.
Na minha opinião, o maior sucesso da Costa Rica foi promover e apoiar técnica e financeiramente as pequenas e médias empresas de turismo e obter distribuição em todo o país.
Com essa abordagem, as cadeias produtivas foram fortalecidas, o que contribui para a distribuição dos benefícios do turismo entre atores e comunidades locais, com base no aumento da produtividade e na melhoria geral do desenvolvimento econômico do setor empresarial local e nacional.
O nível educacional local também foi aumentado nos níveis acadêmico e técnico; o acesso a informações e assistência em segurança / incluindo saúde foi aprimorado para os turistas.
É importante mencionar que a Costa Rica “não é um destino que se adapta à demanda, é baseada no que o país pode oferecer”, isso tem sido uma grande força
Por fim, vale mencionar outros programas que serão importantes para promover após a pandemia, desenvolver políticas públicas com certificações, programas e instrumentos adequados ao setor de turismo, que levem em consideração e de acordo com as atrações e serviços, como Certificações para Turismo Sustentável, Bandeiras azuis ecológicas e códigos de conduta.
Programas como esses existem em muitos países ao redor do mundo, no entanto, é ideal que cada um seja projetado para cada país ou área geográfica.
A Amazônia Legal Brasileira tem uma oportunidade maravilhosa para após a Covid-19 projetar sua própria estratégia de turismo sustentável com políticas públicas e programas com essa abordagem holística e integrada.
Tradução e edição: Dulce Maria Rodriguez
Fotos: Reprodução
