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O Papa no Iraque: um apoio aos cristãos e uma mensagem que fortalece o diálogo inter-religioso

No dia 5/03 Francisco realiza o sonho de seu predecessor, João Paulo II que gostaria de ter ido ao Iraque, mas foi impedido por razões políticas por Saddam Hussein. É a primeira viagem de um Papa ao Iraque e ao Oriente Médio árabe, por isso adquire grande importância para o país e para a paz

Com uma peregrinação e uma viagem pastoral que conforta os cristãos católicos (caldeus, siro-católicos) e não-católicos (assírios, armênios), mas que fala de paz e fortalece o diálogo inter-religioso, o Papa visita o Iraque, berço das religiões Abraâmicas, mas extenuado pela guerra,  de 5 a 8 de março.

Após ter aberto “um diálogo estável” com o Grão Imame de Al-Azhar, o egípcio Ahmad Al-Tayyeb, a mais alta autoridade sunita, agora é a vez do mundo xiita, ressalta o fundador da comunidade romana de Santo Egídio, Andrea Riccardina na edição de março de “Vita Pastorale” (Vida Pastoral).

Importância da visita do Papa ao grão aiatolá Ali al Sistani

Passando o programa papal em resenha, Riccardi ressalta, em particular, a importância da visita privada do Papa à máxima autoridade muçulmana xiita no país, o grão aiatolá Ali al Sistani, na cidade sagrada xiita de Najaf, onde se encontra a sepultura do Imame Ali.

Após ter aberto “um diálogo estável” com o Grão Imame de Al-Azhar, o egípcio Ahmad Al-Tayyeb, a mais alta autoridade sunita, agora é a vez do mundo xiita “forte no Iraque e no Irã”, onde, ao contrário dos sunitas, “há uma hierarquia religiosa”.

Uma nova frente de diálogo com o Islã xiita

“Najaf é o coração do islamismo xiita. Os xiitas – explica Riccardi – foram perseguidos por Saddam Hussein e a própria Najaf sofreu danos. Entretanto, não se deve pensar que a liderança xiita iraquiana em Najaf esteja alinhada com o Irã e com Qom, a cidade religiosa onde Khomeini residia.”

“Os xiitas iraquianos reivindicam a primazia de Najaf, a autonomia do Iraque. Não têm a concepção teocrática, teorizada por Khomeini no Irã. São ‘leigos’. Uma visita do Papa a Najaf abriria uma nova frente de diálogo com o Islã xiita, que tem representantes legítimos para falar em nome dos fiéis.”

Não apenas “apoio aos cristãos”, mas “mensagem ao país”

Riccardi também evidencia o fato de que a visita de Francisco não é apenas “um apoio aos cristãos”, mas também “uma mensagem para o Iraque”. Assim, a primeira viagem de um Papa ao Iraque e “ao Oriente Médio árabe ( se excetua a Terra Santa) adquire grande importância para o país e para a paz”.

Por Dulce Maria Rodríguez

Fonte: Vatican Media

Vídeo: Vatican Media

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