A Zona Franca de Manaus (ZFM) representa um dos maiores projetos de desenvolvimento econômico e industrial da história brasileira. Criada para impulsionar a economia da Região Norte e reduzir as desigualdades regionais, a ZFM se consolidou como um dos principais polos industriais do país, gerando empregos, atraindo investimentos e contribuindo significativamente para a economia do Amazonas.
A origem da Zona Franca de Manaus
O modelo da ZFM foi estabelecido pelo governo federal através do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, durante o governo do presidente Castelo Branco. A proposta nasceu como uma estratégia para integrar a Amazônia ao restante do país, incentivando a industrialização e o desenvolvimento da região.
O idealizador do projeto foi o economista e então Superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Rômulo Almeida, com apoio do então Ministro do Planejamento, Roberto Campos. Eles identificaram a necessidade de criar um modelo de incentivos fiscais para atrair indústrias e fortalecer a economia local, reduzindo a dependência da extração de recursos naturais e do setor primário.
A escolha de Manaus se deu por sua posição estratégica, localizada às margens do Rio Negro e próxima a importantes rotas fluviais e comerciais. Além disso, o isolamento geográfico da região demandava políticas de incentivo que pudessem compensar os altos custos logísticos e de transporte.
A Importância da ZFM para o Amazonas
Desde sua implementação, a Zona Franca de Manaus tem sido fundamental para o crescimento econômico do Amazonas e da região Norte como um todo. O modelo de incentivos fiscais atraiu grandes indústrias dos setores eletroeletrônico, de duas rodas, informática e termoplásticos, transformando Manaus em um dos principais polos industriais do Brasil.
Atualmente, a ZFM emprega diretamente mais de 100 mil trabalhadores e indiretamente milhares de outros em diversos segmentos da economia. A arrecadação de impostos gerada pelas empresas instaladas na região é fundamental para o financiamento de programas sociais e infraestrutura no estado do Amazonas.
Além do impacto econômico, a ZFM tem um papel crucial na preservação ambiental. O modelo industrial reduz a pressão sobre atividades econômicas predatórias, como o desmatamento para agricultura e pecuária, contribuindo para a manutenção da Floresta Amazônica.
Desafios e perspectivas para o futuro
Apesar de seus avanços, a ZFM enfrenta desafios, como a necessidade de diversificação econômica e a crescente pressão para a redução de incentivos fiscais. Especialistas defendem a ampliação do modelo para setores como biotecnologia, turismo e economia verde, aproveitando a biodiversidade amazônica para agregar valor aos produtos e serviços regionais.
O futuro da ZFM depende de políticas públicas que garantam sua sustentabilidade e a manutenção dos incentivos fiscais, ao mesmo tempo em que estimulem a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Assim, a Zona Franca de Manaus continuará sendo um importante motor econômico para a região Norte e para o Brasil.
A Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento que transformou a economia do Amazonas e contribuiu significativamente para a geração de empregos e arrecadação de impostos. Apesar dos desafios, seu papel no equilíbrio econômico e ambiental da região é inegável, e sua continuidade depende de ações estratégicas para manter sua relevância em um cenário econômico globalizado e cada vez mais competitivo.
Texto: Beatriz Costa
Fotos: Reprodução/Internet
