No estado do Paraná as fezes de porcos viram energia elétrica no município de Toledo
Márcia Ximenes Nunes
As fezes de porcos viraram energia elétrica no estado do Paraná. Uma unidade instalada em Toledo, na qual consegue gerar energia suficiente para abastecer 1,5 mil casas populares no município.
Essa matéria-prima vem de quinze produtores rurais da região que possuem 4,1 mil suínos. Esses suínos produzem diariamente aproximadamente 340 metros cúbicos de estrume, volume que equivale a 340 caixas d’água de mil litros cada.
A transformação desses dejetos em energia é feita em biodigestores, que são estruturas de concreto revestidas com lona plástica resistente. Acontece que nesse ambiente fechado e com pouco oxigênio, as bactérias consomem parte do material orgânico dos dejetos, liberando um gás rico em metano, e esse gás tem capacidade de ser transformado em energia elétrica ou energia térmica.
Com o processamento nos biodigestores, há uma redução de até 90% da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e são liberados pelas fezes dos animais. A unidade em Toledo é capaz de reduzir a emissão de até 10 mil toneladas de gás carbônico por ano.
A cidade de Toledo é a maior produtora de carne suína do Brasil, onde possui 681 produtores com criação que supera mais de 1,8 milhões de porcos. Toledo é um município situado na região Oeste do Paraná, com uma população aproximada de 150 mil habitantes e grande produtora de soja, milho, suínos e frangos.
A suinocultura cresce cada vez mais no nosso país e o município de Toledo se destaca na criação de porcos e na energia elétrica vinda a partir das fezes dos animais.
A produção de Biogás no Paraná tem grande potencial, especialmente através dos dejetos gerados na pecuária, suinocultura ou avicultura.
Além da energia elétrica, o biogás pode ser refinado como é feito com o gás natural (fóssil), e pode abastecer veículos e no setor agroindustrial para substituir a lenha. Quanto menos impacto ambiental na produção, maiores serão os ganhos.