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Música e Poesia agitam a Cidade Museu a Céu Aberto

No próximo sábado, dia 14 de maio, a partir das 20 horas, acontecerá a continuidade do projeto “Conecta Cultura São Luís Alcântara”. A programação acontecerá no Restaurante Colonial (rua Direita, s/nº, atrás da igreja do Carmo, ao lado do segundo Palácio do Imperador). 

Será apresentado o show musical “De pra lá da Ponta d’areia”, com a presença do consagrado artista maranhense Josias Sobrinho, músico, compositor e intérprete.  Além do espetáculo, haverá o lançamento dos livros “Maria Firmina, a menina abolicionista”, da escritora Andréa Oliveira, e “Lembranças, lenços, lances de agora – memórias e sons da cidade na voz de Chico Maranhão”, do poeta Celso Borges.

O Projeto Conecta Cultura São Luís Alcântara surgiu no Café com Arte, já bem conhecido point cultural alcantarense, no dia 9 de fevereiro de 2019; o espaço é administrado pelos animadores culturais Sérgio Oliveira e Léa Mamede, que na época se uniram ao poeta, jornalista e atual diretor do Museu Histórico de Alcântara – MHA, Paulo Melo Sousa, criador e articulador do Projeto Papoético, de São Luís, e então resolveram tocar a ideia. 

“Essa parceria surgiu no início de 2019, com saraus de Literatura de Cordel, e mais tarde saraus de Literatura Infanto-Juvenil, exibição de filmes, oficinas de artes visuais, exposições; como a previsão de reabertura do Café com Arte só está prevista para junho deste ano, firmamos parceria com o Restaurante Colonial, do turismólogo Nailton Lobato, e que já tem também seu projeto musical estabelecido (“Noite sobre Alcântara”), que prontamente abraçou a proposta da parceria. Dessa forma, faremos a articulação com os artistas para que venham a Alcântara, e o Restaurante Colonial abrigará mensalmente os shows e lançamentos de livros, dentre outras ações culturais”, declara Paulo Melo Sousa.

Josias Sobrinho é compositor, violonista, cantor, professor de música, produtor e gestor cultural. Graduado em Música (Licenciatura) pela Universidade Estadual do Maranhão, estreou no Teatro Arthur Azevedo em 1974, como convidado especial em show de Giordano Mochel e Ronaldo Mota. Maranhense de Penalva, nasceu no povoado Tramaúba, atual Cajari. Com um trabalho fincado nas raízes populares de sua terra atua também como intérprete de suas criações, apresentando-se com banda ou em formações adaptadas. 

Dentre tantos artistas que já interpretaram suas composições, destacam-se Alcione, Augusto Bastos, Boi de Nina Rodrigues, Ceumar, Cláudio Pinheiro, Diana Pequeno, Fátima Passarinho, Flávia Bittencourt, Hilton Assunção, Leci Brandão, Papete, Pena Branca e Xavantinho, Rita Beneditto, Sávio Araujo, Tião Carvalho, Zeca Baleiro. Tem como parceiros Tácito Borralho, Betto Pereira, Ronald Pinheiro, Chico Maranhão, Sérgio Habibe, Zeca Baleiro, Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Salgado Maranhão, Antonio Vieira, Lourival Tavares, Gildomar Marinho e tantos outros.

Sua discografia inclui Engenho de Flores (LP Eldorado,1987), Josias Sobrinho (LP Independente, 1994), Nosso Neném de Josias Sobrinho (CD Independente, 1997), Dente de Ouro (CD CPC-UMES, SP, 2005), Circuito Dobrado Ressonante de Música (CD gravado ao vivo, ao lado de Chico Saldanha, 2013), Apanhado Geral, Um (CD Independente, 2019), Apanhado Geral, Dois (CD Independente 2021); Um Canto Sem Fim (parceria com Paulinho Dimaré), A Flor do Mururú (parceria com Zeca Baleiro), Cavalo Doido (parceria com Thiago Alves), Caminho Grande (parceria com Joãozinho Ribeiro).

A jornalista e escritora Andréa Oliveira, com o livro “Maria Firmina, a menina abolicionista”, inaugura a Coleção Meninas do Maranhão, série de biografias infanto-juvenis sobre grandes mulheres maranhenses, e também o selo independente Palavra Acesa. A obra, com ilustrações da artista visual Mônica Barbosa, foi lançada em São Luís dia 11 de março, data do bicentenário de nascimento da autora do primeiro romance abolicionista da literatura brasileira; e na semana seguinte, na livraria Casa de Livros, em São Paulo.

Andréa Oliveira pesquisou durante dois anos sobre a personagem e também sobre a escravidão. “Quando eu tive a ideia de construir a coleção de biografias de mulheres maranhenses, o nome de Maria Firmina foi o primeiro da lista. Ela é a nossa grande pioneira nas principais lutas que ainda estão na pauta do tempo presente, pela liberdade para todos, contra o racismo e toda forma de opressão contra as mulheres”, afirma Andréa Oliveira.

Maria Firmina dos Reis foi a primeira professora concursada do estado, primeira mestra-régia, criadora da primeira escola mista do Maranhão, poeta, compositora, autora de toadas de Bumba-Meu-Boi, romancista publicada nos jornais da capital, sendo considerada uma das primeiras do Brasil a praticar esse gênero literário.

Celso Borges é poeta, jornalista e letrista maranhense. Já publicou vários livros de poesias: No Instante da Cidade (1983), Pelo Avesso (1985), Persona Non Grata (1990) e Nenhuma das Respostas Anteriores (1996), dentre outros. No seu projeto de livros-CD’s, publicou XXI (2000), Música (2006), Belle Époque (2010). Nessa proposta estética, o poeta dialoga com a MPB e com as experiências sonoras vanguardistas, incluindo parcerias com mais de 50 compositores e poetas brasileiros, dentre os quais Zeca Baleiro, Vitor Ramil, Chico César, Ademir Assunção, Rita Benedito e Ceumar.

Neste livro, “Lembranças, lenços, lances de agora – memórias e sons da cidade na voz de Chico Maranhão”, o poeta se debruça sobre a história de Lances de Agora, terceiro disco de Chico Maranhão, gravado na igreja do Desterro (São Luís), em junho de 1978. 

“A obra apresenta dos artistas que participaram daquele momento ímpar da música popular produzida no Maranhão e contextualiza a cidade que o viu nascer em agosto de 1942. Escrito como um ensaio poético carregado de afeto, o livro caminha pela Ilha, conversa com seus personagens e fotografa um tempo que aos poucos vai se transformando.

Filho da educadora e pianista Camélia Viveiros, ela também uma personagem importante na obra, Chico Maranhão viveu em São Luís até os 19 anos, em 1961, e depois foi estudar arquitetura em São Paulo, onde se formou em 1970. Na capital paulistana, conheceu vários artistas e participou ativamente da cena musical que culminaria com a sua participação nos festivais na segunda metade da década de 1960. 

Em São Paulo, conheceu também o publicitário Marcus Pereira, que depois fundaria um selo musical, responsável pela gravação de quatro discos de Chico Maranhão, entre eles Lances de Agora. De volta a São Luís no início dos anos 1970, o compositor se juntaria a outros artistas formando uma cena cultural forte e diversa. O livro se debruça retrata esse momento, mapeando as mudanças pelas quais a cidade passou e dialogando com personagens importantes da cultura local.

O evento do próximo sábado visa também estabelecer um diálogo cultural entre artistas de outros lugares com os artistas de Alcântara, movimentando a cena cultural local e estimulando a atividade turística da histórica cidade monumento nacional.

Serviço

Projeto Conecta Cultura – São Luís Alcântara – Show musical com Josias Sobrinho / Lançamento dos livros “Maria Firmina, a menina abolicionista”, da escritora Andréa Oliveira, e “Lembranças, lenços, lances de agora – memórias e sons da cidade na voz de Chico Maranhão”, do poeta Celso Borges.

Onde? Restaurante Colonial (rua Direita, s / nº) – Alcântara / MA

Hora: 20 horas

Promoção: Coletivo Papoético / Café com Arte / Guardiães da Memória do Patrimônio Cultural de Alcântara.

Apoio: Restaurante Colonial / Pousada do Sol

Couvert artístico: 7 reais

Texto: Carol Diniz

Fotos: Divulgação e Paulo Melo Sousa

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