O Jornal O Estado de São Paulo publica artigo do Ministro da Defesa Fernando Azevedo sobre a atuação das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Neste sábado (20), a Operação Covid-19 completa 1 ano. Ela foi ativada pelo Ministério da Defesa, conforme diretriz do Presidente da República, Jair Bolsonaro, para coordenar as ações da Marinha, Exército e Aeronáutica no enfrentamento à pandemia.
O titular da Pasta discorre sobre algumas das atividades realizadas e o planejamento traçado para prestar o apoio que a população necessita em um país com dimensões continentais.
Leia na íntegra:
Forças Armadas na Operação Covid-19, um ano salvando vidas
Ela foi ativada pelo Ministério da Defesa conforme diretriz do presidente Bolsonaro
Fernando Azevedo e Silva
No fim de semana passado as Forças Armadas transferiram de Manaus para Porto Alegre um hospital militar de campanha, para atender a população. Viajando, literalmente, do norte ao sul do País, foram percorridos mais de 3 mil km, distância 30% maior que a de Paris a Moscou, para se ter uma ideia dos desafios impostos pelas dimensões continentais do nosso imenso Brasil.
Simultaneamente, navios de assistência hospitalar da Marinha levavam vacina às comunidades ribeirinhas da bacia do Amazonas, militares do Exército apoiavam a vacinação de indígenas em locais de difícil acesso e aviões da Força Aérea estavam novamente a transportar o tão vital oxigênio, desta vez para o Acre, onde os casos da doença se intensificaram. São pequenos exemplos do trabalho diário, constante e silencioso das Forças Armadas na Operação Covid-19.
A Operação Covid-19 completa um ano no sábado. Ela foi ativada pelo Ministério da Defesa, conforme diretriz do presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março de 2020, para coordenar as ações das Forças Armadas, no combate à pandemia. As enormes dimensões do território nacional, onde cabem praticamente todos os países da Europa, a carência de recursos e as dificuldades de acesso em muitas regiões impuseram o engajamento decisivo dos nossos militares.
Na realidade, as primeiras atividades começaram ainda em fevereiro, quando aeronaves da FAB foram resgatar brasileiros em Wuhan, na China. De lá para cá o trabalho e a luta contra o inimigo invisível cresceram.
O planejamento foi de uma operação militar de guerra. Foram acionados, no Ministério da Defesa, o Centro de Operações Conjuntas e o Centro de Coordenação de Logística e Mobilização, funcionando ininterruptamente, acompanhando o emprego das Forças em todo País.
Para assegurar maior proximidade com a população criamos dez comandos conjuntos – integrados por Marinha, Exército e Força Aérea –, cobrindo todo o território nacional, mantendo contato direto com Estados e municípios, permitindo a pronta identificação das necessidades locais. Tal decisão se mostrou valiosa, uma vez que, como ficou evidenciado ao longo desse intenso ano de trabalho, cada região, Estado, cidade ou mesmo localidade vive um diferente momento da pandemia, tendo necessidades específicas.
Além disso, um Comando de Operações Aeroespaciais, permanentemente ativado, assegura o transporte aéreo em todo o País. Até o momento, os aviões da FAB já voaram o equivalente a 55 voltas ao mundo transportando oxigênio, respiradores, medicamentos, vacinas, equipes de saúde e pacientes. Só durante a recente crise em Manaus foram realizados mais de 280 voos, transportando milhares de cilindros e reservatórios de oxigênio líquido e evacuando mais de 750 pacientes.
Os números da Operação Covid-19 mostram o tamanho do esforço. São empregados, diariamente, cerca de 34 mil militares, efetivo maior que o da participação brasileira na 2.ª Guerra Mundial. Nossos militares já descontaminaram mais de 8.300 locais e capacitaram em torno de 36 mil profissionais em ações de desinfecção e no atendimento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Famílias carentes, em todo o Brasil, receberam mais 1 milhão de cestas básicas. Foram realizadas aproximadamente 38 mil ações nas fronteiras e nos rios. Atendimento médico foi levado às comunidades aldeadas, atendendo centenas de milhares de indígenas.
Na vacinação contra a covid-19 o apoio das Forças Armadas já permitiu, até o momento, imunizar 157 mil indígenas.
A base industrial de defesa, atendendo prontamente ao chamado, colabora no combate à pandemia desde o início. Empresas responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos adaptaram suas linhas de produção.
Equipamentos bélicos deram lugar a equipamentos de proteção individual e outros itens essenciais. A parceria entre a defesa, a indústria e a academia permitiu a produção de novos respiradores, além do reparo de milhares de outros.
Enquanto transcorre a Operação Covid-19, as Forças Armadas desenvolvem outras ações, como a operação de garantia da lei e da ordem ambiental na Amazônia – um trabalho conjunto com órgãos ambientais e de segurança com resultados expressivos na redução do desmatamento, conforme divulgado recentemente.
Tudo isso sem descuidar um minuto de sua missão principal de defesa da Pátria e de garantia da soberania nas fronteiras terrestres, nas águas jurisdicionais (Amazônia Azul) e no espaço aéreo.
Mesmo em tempos de pandemia, nenhuma das operações e atividades foi interrompida. A formação de pessoal foi mantida, assegurando a necessária continuidade.
Afinal, os militares têm de estar sempre prontos e preparados para atender à Nação.
Costumo dizer que no Brasil pouco se pensa ou fala em defesa. Para muitos se trata de um tema distante, uma espécie de seguro não usado. Engana-se quem pensa assim. Proteger a população brasileira é dever das Forças Armadas. Para isso elas têm de estar treinadas e bem equipadas, com capacidade de responder rapidamente às demandas inesperadas.
Há um ano, Marinha, Exército e Força Aérea correm contra o tempo e lutam, no limite das suas capacidades, para salvar e preservar vidas. E assim será enquanto se fizer necessário.
Com informação do Centro de Comunicação Social do Ministério da Defesa
Fotos: Divulgação