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Médica recém formada: apesar do medo,vamos lutar e faremos a diferença na vida dos pacientes

O Brasil tem se beneficiado, desde o início da pandemia, do trabalho de jovens recém-formados nas escolas de Medicina. Para antecipar a colação de grau, os alunos precisam ter cumprido 75% da carga horária para o internato médico ou estágio supervisionado. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), anticipou a colocação de grau de 9 estudantes de Medicina em fase final de curso. E agora como será no mercado de trabalho?

A recém formada, médica Valéria Priscila Neves de Souza, contou que agora pode atuar no setor público estadual ou municipal como uma médica generalista, mas sua prioridade é se tornar especialista. 

Para isso, é preciso fazer uma residência médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.

Médica Valéria Priscila Neves de Souza

“Eu estou esperando os resultados das provas de residência para começar em março meu curso de pós-graduação em clínica médica”. A residência é realizada dentro dos hospitais, durante o período de dois anos.

Valéria Priscila, de 22 anos, manauara e filha única, disse que sua mãe está muito orgulhosa de sua conquista acadêmica. Ela e sua turma da Ufam, tinham que se formar em 40 dias, mas, por causa da pandemia, tiveram antecipação da formatura neste 21 de janeiro.  

A anticipada colocação de grau ocorreu de forma muito diferente á clássica solenidade. Foi remota, transmitida pelo canal da Ufam no Youtube, sem festa nem familia, pela situação de calamidade pública que vive o Amazonas pelo colapso no sistema de saúde em razão da pandemia de covid-19.

Ela foi a oradora da turma na colocação de grau e fez uma retrospectiva desde o ciclo básico, passando pelo internato até o telemonitoramento feito durante o projeto Brasil Conta Comigo, que chamou de seu primeiro emprego como médica.

A nova médica e sua turma de 9 profissionais da saúde, se quiserem, poderão atuar na linha de combate ao covid-19, principalmente neste momento de pico da pandemia com 6.889 óbitos e 245.157 contágios no estado para o 23/01.

Podem entrarem no mercado de trabalho, no momento crítico da luta com falta de profissionais da área da saúde e com o aumento da internação de pacientes, mas a escolha fica com eles.

A disposição

O reitor da Ufam, Sylvio Puga, disse que o momento no estado do Amazonas é delicado devido a pandemia e os médicos recém formados entram agora no mercado de trabalho, no momento mais crítico desta luta, para se colocarem à disposição.

Agora são profissionais liberais e fica com eles a escolha de onde vão atuar, seja nos programas do governo ou empregos disponíveis no município ou no estado.

Escolha consciente

Valéria Priscila desse que  ela e sua turma esperam estar atuando em fevereiro. “Vamos à procura de empregos e onde podemos atuar, levando em consideração nossas limitações como médicos recém graduados. Não vamos a entrar a trabalhar nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), nem para salas vermelhas. Porém, podemos atuar no atendimento inicial no Pronto Socorro”.

Admitiu “Temos medo, muito medo sim, o medo nos fara prudentes, por isso, estamos sendo bem críticos na escolha de onde vamos a trabalhar. Entendemos que não temos experiencia e que não temos como assumir locais mais complexos que terão pacientes críticos”.

Alem disso, eles  entendem que não vai ser a primeira pandemia que terão que tratar em sua carreira profissional. “Doenças infecciosas são assim, teremos que enfrentar muitas ao longo da carreira, apesar do medo, temos que nos proteger bem, nos cuidar, lutar e seguir em frente”.

Ela é otimista e está confiante em sua competencia. “Temos em mente fazer o melhor para as pessoas. Um braço a mais para fazer a diferença na vida dos pacientes, mesmo com nossas limitações de recém formados”, frisou.

Texto Dulce Maria Rodriguez

Fotos: Ufam

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