No dia 16 de abril, o Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha (CEPE-MB) promoveu o seminário “Fundos Marinhos: recursos, sustentabilidade e defesa”, em parceria com a Escola de Guerra Naval (EGN) e a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SeCIRM). Reunindo especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil, o evento reforçou a importância dos fundos marinhos como nova fronteira estratégica para o Brasil, integrando perspectivas de exploração sustentável e proteção nacional.
Exploração científica, explotação sustentável e defesa dos oceanos
Evento com painel e plateia no auditório.
O seminário foi estruturado em dois painéis principais. O primeiro abordou a exploração científica dos fundos marinhos, destacando a importância de ampliar o conhecimento técnico sobre os recursos vivos e não vivos presentes nas profundezas oceânicas. Já o segundo painel discutiu a explotação sustentável e os desafios relacionados à defesa dos fundos marinhos. A preocupação central dos debates foi equilibrar a busca por benefícios econômicos — como a mineração de minerais críticos — com a necessidade de garantir a segurança ambiental e proteger os interesses estratégicos do país. Como enfatizado pelo Almirante de Esquadra Paulo Martino Zuccaro, conhecer e explorar de forma sustentável os fundos marinhos é essencial para assegurar a soberania brasileira.
Recursos marinhos e desenvolvimento socioeconômico
A conferência principal, conduzida pelo ex-Ministro da Defesa Raul Jungmann, destacou a dimensão estratégica dos minerais críticos para a transição energética de baixo carbono, a segurança alimentar e a defesa nacional. Jungmann alertou para a distribuição assimétrica desses minerais no mundo e reforçou a necessidade do Brasil se preparar para defender seus interesses no ambiente marinho. O aproveitamento sustentável dos recursos dos fundos oceânicos pode impulsionar o desenvolvimento socioeconômico, estimular a indústria de mineração submarina e consolidar o país como uma liderança em inovação azul e segurança ambiental.
Marinha e CEPE-MB: protagonismo na governança dos oceanos
O seminário também reafirmou o papel da Marinha do Brasil e do CEPE-MB como articuladores estratégicos do debate sobre o futuro dos fundos marinhos. A busca pelo fortalecimento da posição brasileira em fóruns internacionais sobre governança oceânica e a atuação conjunta entre o setor público, a academia e a sociedade civil são fundamentais para proteger os interesses nacionais e ampliar a presença do Brasil na exploração e gestão dos recursos marinhos globais. Ao investir na reflexão estratégica e na promoção de eventos como esse, a Marinha contribui para a construção de um país mais soberano e preparado para os desafios do século XXI.
Fonte: Defesa em Foco
