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Isolamento causado pelo coronavírus afetou a venda do pirarucu manejado

A Asproc está com 50 toneladas de peixe estocadas, assumindo um custo de armazenagem de 0,20/kg/mês. Sem demanda e com capital limitado, correm o risco de descontinuar essa atividade, se não conseguem escoar esse produto nas próximas semana

Pequenos produtores que vivem da comercialização do pirarucu manejado estão enfrentando dificuldades nesse mercado, em razão dos impactos causados pela pandemia de COVID-19. O surto da doença afetou a demanda pelo produto no Amazonas, estado onde ocorre o sistema de manejo sustentável. A informação faz parte do trabalho de acompanhamento que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza para monitorar as culturas da biodiversidade.

Segundo o estudo, embora o pirarucu tenha entrado, em janeiro deste ano, na lista de produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), os criadores necessitam de um fluxo de venda deste produto para poder acessar o apoio oferecido pelo governo federal.

“Com a queda do consumo em razão da pandemia, as comunidades que vivem do manejo estão com sua renda ameaçada”, afirma a gerente de Produtos da Sociobiodiversidade da Conab, Ianelli Loureiro. “A situação desses extrativistas é grave principalmente porque nessas áreas não existem outras alternativas econômicas a não ser os produtos da biodiversidade, em razão do difícil acesso”.

A Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), por exemplo, é uma associação amazonense que trabalha com o pirarucu selvagem de manejo e enfrenta dificuldades no mercado. “Estamos com 50 toneladas de peixe estocadas, pois não fomos demandados a entregar na merenda escolar, como estava previsto, em razão do surto de COVID-19”, explica Adevaldo Dias, da Asproc. “Neste momento, estamos assumindo um custo de armazenagem de 0,20/kg/mês. Sem demanda e com capital limitado, corremos o risco de descontinuar essa atividade, se não pudermos escoar esse produto nas próximas semanas”.

Mesmo com a medida do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para manter a alimentação escolar no período de suspensão das aulas, a demanda não se sustentou, pelo fato de se tratar de um produto perecível. 

No momento, os produtores têm expectativa para o acesso à subvenção do governo, mas necessitam de apoio do mercado local para conseguirem outras fontes de escoamento, para órgãos privados e sociedade em geral, já que a PGPM-Bio atua com o pagamento de um bônus após a comprovação da venda de sua produção por preço inferior ao fixado pelo governo federal.

Sustentabilidade –

 A produção do pirarucu manejado é peculiar e tem forte envolvimento das comunidades ribeirinhas. Essa população zela pelo trato do animal para que ocorra de maneira sustentável, executando a pesca apenas no período permitido e de forma adequada. “Os ribeirinhos são verdadeiros guardiões da floresta e dos rios e fazem isso para que a atividade persista mesmo diante de tantas dificuldades logísticas”, ressalta Ianelli.

Sobre o monitoramento de mercado da biodiversidade realizado pela Companhia, é possível acompanhar na página da estatal. A atualização das informações acontece trimestralmente. Clique aqui para acessar.

 

Texto con informações da assessoria de imprensa da Conab

Fotos: reprodução

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