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Inpa publica cartilha sobre manejo e produção de bananal

O conteúdo em linguagem simples, apresenta técnicas de manejo do bananal, uma prática de baixo custo que vem sendo adotada, com sucesso, por agricultores do Amazonas

Apreciada pelo amazonense, a banana está no lanche e no prato da população, é a fruta mais consumida no Estado, sendo considerada uma cultura de subsistência. Para incentivar a produção de alimentos saudáveis e da fruta no Amazonas, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonas (Inpa/MCTI) informou que publicou uma cartilha que visa instrumentalizar agricultores no plantio e manejo do bananal.

Intitulada Manejo do Bananal com ênfase na produção de mudas a partir do fracionamento do rizoma, a cartilha está disponível online no repositório digital do Inpa. A proposta é que no futuro a cartilha seja impressa para distribuição aos produtores familiares. 

Produzida pela Editora Inpa, a obra leva a autoria de Reinaldo José Alvarez Puente, José Guedes Fernandes Neto, Franciene Dias Ribeiro, Rosalee Albuquerque Coelho Netto e Sonia Sena Alfaia.

A cartilha foi elaborada a partir de capacitações de produtores desenvolvidas por dois projetos de extensão do Inpa, realizados em parceria com a Universidade José Martí Pérez de Sancti Spiritus de Cuba. O conteúdo em linguagem simples, apresenta técnicas de manejo do bananal, uma prática de baixo custo que vem sendo adotada, com sucesso, por agricultores do Amazonas que participaram das oficinas de capacitação do Inpa. 

As Oficinas de Capacitação em Agricultura Orgânica para Produtores Familiares foram realizadas para mais de dois mil produtores, em especial assentados da reforma agrária, ribeirinhos e indígenas. Entre eles agricultores dos municípios do entorno de Manaus e indígenas de comunidades situadas no Baixo Amazonas e no Alto Solimões (Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga).

Fracionamento do rizoma

O conteúdo apresenta uma tecnologia de baixo custo conhecida como Cras (Centro de Reproducción Acelerada de Semillas) e foi desenvolvida no Instituto Nacional de Investigaciones en Viandas Tropicales (Inivit), em Cuba. A técnica de fracionamento do rizoma, indicada para todas as variedades de banana, está baseada na própria biologia da bananeira, que começa a crescer pelos brotos laterais quando é retirada a gema apical, ou seja, o broto que cresce para cima.  O rizoma é a parte da bananeira de formato arredondado, que cresce dentro do solo, como uma batata grande e que sai da terra para formar a planta.

“Os rizomas podem ser cortados em pedaços, sendo que cada fração cortada, contém uma gema que se transformará numa muda.  As frações de rizomas são desinfetadas com água sanitária e colocadas para germinar em canteiros rústicos contendo somente areia (também desinfetados)”, contou a pesquisadora Sônia Alfaia, agrônoma com doutorado em Ciências Agronômicas pelo Institut National Polytechnique de Lorraine (França).

Em cada canteiro, é possível plantar 25 frações do rizoma por metro quadrado, onde se consegue até 95% de brotação. Após três meses as mudas estarão prontas para plantio. Na cartilha, além da produção de mudas, são repassadas informações sobre as boas práticas de manejo do bananal, controle de pragas e de doenças com o uso de defensivos naturais.

Segundo Alfaia, tradicionalmente, os produtores locais formam os plantios a partir das mudas oriundas do perfilhamento da planta mãe, provenientes de plantios antigos e malnutridos. Essas mudas, de modo geral, apresentam baixa taxa de multiplicação e geralmente são contaminadas por pragas e doenças, que irão influenciar no desenvolvimento e produção no campo. 

“A produção de mudas por fracionamento de rizomas, pode ser uma opção adequada, pois trata-se de uma tecnologia de baixo custo e acessível a realidade local”, disse a pesquisadora, destacando que para que essa tecnologia chegue até o produtor rural é necessário que as instituições de pesquisas públicas como o Inpa façam a sua divulgação, por meio de oficinas de capacitação e produção de material didático, como é o caso da presente cartilha.

Texto com informação da Assessoria

Fotos: Rodrigo Verçosa (Editora Inpa) e Sônia Alfaia

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