O Ibama e a Polícia Federal (PF) realizam desde domingo (5/11) operação de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Vale do Javari, no Amazonas. Foram destruídas 26 dragas, oito barcos, quatro rebocadores e 42,5 mil litros de diesel até esta quinta-feira (9/11). Os fiscais também apreenderam nove antenas Starlink e 3,2 kg de mercúrio.
A operação é realizada nos rios Jandiatuba, Boia, Jutaí, Igarapé Preto e Igarapé do Mutum.
Das 26 dragas, seis eram de grande porte, avaliadas em cerca de R$ 5 milhões. Estima-se que retiravam 1 kg de ouro por mês da região.
Os barcos e rebocadores eram usados no apoio aos garimpeiros, e os 42,5 mil litros de diesel abasteciam os motores das dragas. As antenas facilitavam a comunicação dos criminosos sobre a presença da fiscalização.
O garimpo ilegal ameaça os povos do Vale do Javari, que reúne a maior concentração de grupos indígenas isolados do mundo. Em época de seca, os indígenas se aproximam mais dos rios em busca de água e alimento, aumentando a probabilidade de contato com criminosos.
Danos ambientais causados por dragas de garimpo incluem a destruição de mananciais, beiras de rios e igarapés. O material dragado é lançado nos rios, causando assoreamento.
O aumento de sedimentos no rio dificulta a reprodução de peixes e plantas, impactando a cadeia alimentar e as comunidades que vivem da pesca. O mercúrio usado para separar o ouro contamina a água, causando graves danos ao meio ambiente e à saúde.
Mercúrio ilegal
Na quarta (8/11), outra operação do Ibama e da PF apreendeu aproximadamente 704 kg de mercúrio nos Estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro. O metal foi confiscado durante fiscalização em dez empresas ligadas à mineração de ouro.
Foram cumpridos 34 mandatos de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Amazonas. O objetivo é desarticular a venda ilegal de mercúrio para garimpos clandestinos na Amazônia.
Cento e setenta agentes do Ibama e da PF participaram da operação, que identificou crimes de comércio e uso ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, falsidade documental e lavagem de dinheiro.
A Justiça decretou o bloqueio de mais de R$ 2,9 bilhões em bens dos investigados para garantir o pagamento por danos ambientais causados.