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Gestor do Centro de Biotecnologia da Amazônia estuda colocar em pauta a criação de um CNPJ para a instituição.

O gestor do CBA, Fábio Calderaro, apresenta algumas atividades realizadas nos laboratórios do Centro

O gestor do Centro de Biotecnologia da Amazônia  (CBA), Fábio Calderaro, disse que pretende se reunir com congressistas da bancada federal do Amazonas e outras autoridades, nos próximos dias, para discutir sobre a criação da personalidade jurídica da entidade.

Desde 2002, quando o CBA foi criado, a falta de personalidade jurídica do Centro tem trazido entraves na aplicação de investimentos para o Centro, segundo especialistas.

De acordo com Fábio Calderaro, quando o Centro tiver um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), passará a ser dotado de condições de atuar com maior liberdade de ação no fomento ao empreendedorismo biotecnológico e no apoio a atividades que possam dar suporte a empresas já estabelecidas e nascentes.

“Da mesma forma, o CBA também poderá receber recursos, públicos e privados, para realizar ações que devem contribuir para o desenvolvimento regional, em especial colaborando para avançar em um vetor econômico complementar de forte potencial local, como é a bioeconomia”, disse.

Conforme o gestor do Centro, o grande diferencial da economia: ser um vetor complementar da Zona Franca de Manaus e afirma que  as atividades aqui desenvolvidas a partir do modelo de desenvolvimento regional, em especial aquelas alicerçadas no Polo Industrial de Manaus (PIM), contribuem fortemente com a economia regional, além de, segundo ele, ter reflexos ambientais positivos reconhecidos internacionalmente. 

“A bioeconomia pode justamente colaborar para espraiar esse desenvolvimento, a riqueza gerada prioritariamente na capital do estado para as comunidades do interior” disse.

Ele disse, ainda, que o potencial bioeconômico amazônico é conhecido internacionalmente e desenvolver o segmento significa bem utilizar os insumos locais para geração de emprego e renda, além de produtos ambientalmente responsáveis, garantindo diversificação econômica e propiciando maior defesa da floresta, numa iniciativa econômico-sustentável que pode garantir à Amazônia brasileira um papel ainda maior de destaque como diferencial do Brasil nos novos rumos da economia global.

O gestor do Centro afirma ainda que diversas comunidades regionais poderão ser beneficiadas com o avanço da bioeconomia amazônica, o que inclui comunidades do interior do estado e até mesmo indígenas, o que demonstra o potencial desta atividade na geração de emprego e renda, especialmente com a interiorização de oportunidades.

Ao ser questionado sobre a participação da Suframa nesse processo, o gestor do CBA afirmou que a autarquia é uma das instituições que mais contribuem para o implemento efetivo da identidade jurídica do Centro, por entender que o CBA e toda sua estrutura tem muito a contribuir com o avanço socioeconômico regional a partir de atividades que envolvam bioinsumos locais.

“Ao longo dos anos, a atuação da Suframa permitiu que o Centro fosse totalmente equipado com uma estrutura raramente vista no Brasil, o que diferencia o CBA principalmente em termos de pesquisa e especialização”, disse Fábio Calderaro.

Ele acrescentou que com apoio da Suframa, o Centro foi dotado com equipamentos de ponta capazes de realizar diversas análises avançadas e atender a demandas de empresas de porte internacional.

Além disso, Fábio Calderaro afirmou que o CBA tem desenvolvido, ao longo de 2021, diversas atividades de pesquisa, análises e desenvolvimento de projetos com base em bioinsumos, até sob demanda de empresas, instituições e cooperativas, têm sido realizadas pela equipe técnica do CBA. Ações de apoio para o desenvolvimento de atividades ainda em fases embrionárias ou de consolidação também são prestadas pelo Centro, em iniciativas de consultoria e treinamento, para garantir que a bioeconomia gere os resultados esperados.

Calderaro disse, ainda, que o CBA também teve forte engajamento no combate à propagação da Covid-19 com ações sociais de fabricação e doação de álcool 70°, assim como avanços em pesquisas para criação de anticorpo contra o coronavírus, alcançando resultados altamente positivos para diversas variantes da doença.

Ele explica que o CBA não apenas tem recebido demandas frequentes de diversos players interessados nos avanços da bioeconomia e de seu potencial, mas também tem buscado maior aproximação, por exemplo, com empresas do PIM, pois entendemos que o desenvolvimento da bioeconomia deve ter a indústria como seu principal motor.

“Se nossa biodiversidade é a nossa maior vantagem comparativa, o PIM é nossa maior vantagem competitiva. A bioeconomia deve estar pautada em uma política industrial e a indústria é o motor da indução da organização e integração de cadeias produtivas endógenas” disse.

“O CBA oferece para o mercado um conjunto de serviços de análises físico-químicas e análises microbiológicas, além de outros serviços técnicos especializados, como ensaios de eficácia e segurança toxicológica. Da mesma forma, a equipe do Centro presta consultoria e capacita agentes não apenas de grandes empresas, mas diretamente produtores e empreendedores de comunidades do interior do estado”, complementou.

CBA

Os processos realizado no CBA podem contribuir para o fomento da bioeconomia amazônica

Atualmente vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e ao Ministério da Economia, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) está localizado no Distrito Industrial de Manaus. Conta com estrutura de 12 mil m² de área construída, a qual abriga um complexo com 26 laboratórios, planta piloto industrial, central de inteligência estratégica e de apoio ao empreendedorismo em bionegócios, unidade tecnológica de bioprodutos e bioprocessos, instalações para incubação e aceleração de empresas e alojamentos para pesquisadores.

Texto: Izaias Godinho.

Fotos: Izais Godinho/ Suframa.

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