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General Tomás Miguel Ribeiro Paiva: quem é o novo comandante do Exército

O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva foi anunciado como novo comandante do Exército neste sábado (21) pelo presidente Lula (PT).

Antes de Paiva, o general Júlio César de Arruda era o comandante do Exército. Ele havia assumido interinamente no último dia 30, ainda na transição entre os governos Lula e Bolsonaro.

Arruda foi demitido após os ataques às sedes dos três poderes em Brasília no último dia 8, que deram início a discussões sobre a eficácia do sistema de segurança montado para defender os prédios na capital.

Na quarta (18), Paiva defendeu o respeito ao resultado das urnas e a democracia. A fala aconteceu durante um discurso de cerca de 10 minutos para tropa, no quartel-general do Comando Militar do Sudeste.

O militar é general desde 31 de julho de 2019 e estava à frente do Comando Militar do Sudeste. Ele participou das missões realizadas pelo exército brasileiro no Haiti e nos complexos da Penha e do Alemão, por ocasião do chamado processo de pacificação, em 2012.

General se formou após atentado do Riocentro

Formado em 1981, Paiva é o primeiro comandante do Exército formado após os atentados do Riocentro, ocorridos em 30 de abril daquele ano. Na ocasião, a tentativa de detonar uma bomba durante um show com 20 mil pessoas em um centro de convenções no Rio matou o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário, de 35 anos, e feriu o capitão pára-quedista Wilson Luís Chaves Machado, de 33 anos.

A suspeita de que o acidente frustrou uma ação terrorista orquestrada por oficiais do Exército para atrasar o processo de abertura política paira até hoje sobre o caso, apesar da conclusão do inquérito feito à época apontar que os dois militares haviam sofrido um atentado.

Vale lembrar que a investigação ocorreu ainda sob governo militar.

Paiva iniciou sua carreira como oficial no no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria (RS). Depois disso, o militar serviu em quartéis nos estados do Rio e do Paraná e atuou como como assessor militar do Brasil junto ao exército do Equador.

Além disso, Paiva comandou o Batalhão da Guarda Presidencial em Brasília, Academia Militar das Agulhas Negras e a Escola Preparatória de Cadetes do Exército – entre outras unidades.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o militar exerceu a função de ajudante de ordens do presidente da república.

Exército já teve 10 comandantes desde a redemocratização

A Lei Complementar 97, de 1999, define que o cargo de comandante nas Forças Armadas só pode ser ocupado por oficiais-generais. Estes militares são aqueles que exercem funções de chefia há mais tempo e que, por isso, têm precedência hierárquica sobre aqueles incorporados depois às tropas.

A mesma lei determina que quem está na ativa e assume o cargo de comandante é transferido para reserva remunerada ao assumir o cargo, o que deve acontecer agora com Arruda. Entre os militares, a reserva é o regime equivalente à aposentadoria.

Desde a redemocratização, em 1985, o Exército já teve 10 comandantes. Até 2015, todos os ocupantes do cargo haviam se formado antes da ditadura, iniciada em 1964. Quem ficou mais tempo na cadeira foi o general Zenildo Lucena, que exerceu a função de 1992 a 1999.

*Uol

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