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Forças Armadas viabilizam operação interministerial de apoio a comunidades indígenas em locais de difícil acesso

600 indígenas da etnia Yanomami que moram na região da Maturacá  receberam alimentos, atendimento médico e cerca de 6,5 mil itens, entre equipamentos de proteção individual, medicamentos, testes rápidos para Covid-19 e malária

A operação interministerial do Governo Federal, destinada a prestar apoio de saúde às populações indígenas da região do Alto Rio Negro, no Amazonas, teve as suas primeiras atividades no domingo (7).

A base da missão fica no município de São Gabriel da Cachoeira, com 45 mil habitantes, sendo que 90% são indígenas. De São Gabriel da Cachoeira, diariamente, a equipe parte para a sede de um Pelotão Especial de Fronteira (PEF) para prestar apoio de saúde.

A primeira comunidade visitada foi Maturacá, localidade próxima ao Pico da Neblina, com grande dificuldade de acesso, inclusive aéreo, devido ao tamanho da pista de pouso. O apoio foi feito por uma aeronave C-105 Amazonas, do Esquadrão Onça (1º/15º GAV), da Ala 5, que aterrissou no PEF Maturacá.

O PEF encontra-se a 140 Km, em linha reta, de São Gabriel da Cachoeira. Para se ter ideia do isolamento e da distância, o percurso de embarcação dura, aproximadamente, dois dias, considerando o rio cheio, ou seja, nas melhores condições de navegação. Muitas vezes, em épocas de seca, por causa das pedras no percurso, muitas embarcações não conseguem chegar à localidade afastada.

Por isso, o apoio aéreo em uma operação como essa é extremamente importante, pois oferece maior mobilidade e rapidez no acesso a suprimentos, tanto por parte dos moradores do PEF quanto das comunidades indígenas que vivem no seu entorno. 

“Além da proteção da nossa região amazônica, que é exercida pelo nosso PEF, trabalhamos no viés da “mão amiga do Exército, que é dar apoio médico, de suprimento e qualquer outro tipo de ajuda que possamos proporcionar à população indígena. E a FAB oferece ferramentas para fazermos isso, por meio do apoio aéreo”, disse o Comandante do 5º PEF Maturacá, Tenente Marcos Paulo de Castilho Sperandio.

Na região do PEF Maturacá vivem 600 indígenas da etnia Yanomami e 50 não indígenas. Ao longo do dia, a equipe de saúde das Forças Armadas, junto com profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde, que também participam da missão, prestou atendimentos a essa população.

Além do atendimento médico, foram entregues à comunidade cerca de 6,5 mil itens, entre equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos, testes rápidos para Covid-19 e malária.

O Secretário substituto da SESAI, Rodrigo Santana, integra a equipe e disse que “o Governo Federal trabalha com políticas coordenadas e essa ação com o Ministério da Defesa é muito importante para trazer mais atenção à população local”.

Rodrigo ressaltou a importância do trabalho conjunto com a SESAI, uma vez que as equipes do distrito sanitário, do Polo Base e os enfermeiros que fazem o acompanhamento da comunidade já conhecem a realidade epidemiológica da população e, assim, conseguem auxiliar nas questões de triagem e nos atendimentos prestados.

“É muito importante essa ação integrada entre as Forças Armadas e o Ministério da Saúde, para termos ganho de escala nas ações. Há demandas para atendimentos especializados, como pediatria, cardiologia, clínica geral, além de solicitações espontâneas para aqueles que se sentirem à vontade para receber o atendimento. Também estão disponíveis testes rápidos”, explicou ele.

O chefe da tribo também agradeceu pela alimentação que tem chegado por meio das aeronaves da Força Aérea Brasileira e pela merenda escolar das crianças. “Isso nos deixa mais animados, mais fortes contra essa doença. Vocês vindo, nos sentimos mais recuperados ainda nas nossas comunidades. Essa doença, com vocês, nós estamos vencendo. Estamos felizes e confiantes no trabalho dos médicos que estão atendendo a gente aqui”, completou o cacique.

Operação COVID-19

O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.

As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas poderão ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determinará a melhor forma de atendimento.

Texto com informação das Forças Armadas Brasileira


Fotos: Alexandre Manfrim

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