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Florbela Espanca, uma das maiores escritoras portuguesas e muito a frente de seu tempo

“Ó mulher! Como és fraca, e como és forte!

Como sabes ser doce e desgraçada

Como sabes fingir quando em teu peito

a tua alma se entorce amargurada!”

 

Florbela Espanca trouxe para a literatura temas como o amor, erotismo e angústias. Florbela d’Alma da Conceição Espanca (1.894 – 1.930), nome adotado por Florbela Lobo, uma poetisa e um dos nomes mais importantes da Literatura Portuguesa.

Além de poesias ela escrevia para jornais e traduzia obras literárias. Era uma mulher a frente do seu tempo, mulher empoderada e inteligente.

 

Nasceu em Vila Viçosa, na região centro-sul de Portugal, ela perdeu sua mãe muito cedo. Filha ilegítima de João Maria Espanca, foi registrada como se tivesse pai desconhecido e com o nome de Florbela Lobo. No entanto, João foi responsável por sua criação junto com sua esposa Mariana Espanca.

Em 1.899, ela freqüentava a escola e já começou a escrever seus primeiros textos. Seu primeiro poema foi entre 1.903 a 1.904, “A vida e a morte”. Na mesma época fez um soneto  ao seu irmão Apeles. Seu primeiro conto foi “Mama!”,  em 1.907, sobre sua mãe biológica, que morreria um ano depois. Sua primeira venda foi em 1.919, o “Livro de mágoas”.

 

Apesar de não levantar bandeiras sociais como o “feminismo”, ela era considerada uma mulher a frente de seu tempo, venceu muitas barreiras da sociedade da época, que eram muitas.  Uma das primeiras mulheres a cursar o curso secundário Liceu Nacional, em Évora. Foi a primeira mulher a entrar no curso de direito da Universidade de Lisboa e formou-se em Letras.

Foi colaboradora do jornal Dom Nuno, de Vila Viçosa, jornal dominado por homens. Casou-se três vezes, coisa incomum para as mulheres da época. Em 1.927 perdeu seu irmão Apeles em um acidente de avião, fato que marcou a sua vida intensamente.

Florbela tentou suicídio três vezes, falhando nas duas primeiras e sendo a última fatal. Suicidou-se no dia do seu aniversário de 36 anos, com superdose de barbitúricos.

 

 

EU

“Eu sou a que no mundo anda perdida,

 eu sou a que na vida não tem norte,

sou a irmã do sonho, e desta sorte

sou a crucificada… A dolorida…

 

Sou, talvez a visão que alguém sonhou,

alguém que veio ao mundo pra me ver,

e que nunca na vida me encontrou!”

 

Escritora

Márcia Ximenes Nunes

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