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Estudo apoiado pelo Governo do Estado aponta potencialidade da planta amazônica ‘lacre’ no trato de ferimentos

Óleo essencial extraído das folhas da planta amazônica conhecida como lacre tem atividade antibacteriana e antioxidante contra bactérias, que podem causar infecções e inflamações no corpo humano. Os resultados preliminares foram alcançados por meio de pesquisa realizada com o investimento do Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Os dados revelaram moderada atividade antimicrobiana da planta lacre contra a Enterococcus faecalis, tipo de bactéria que pode comprometer o sistema digestivo humano. Resultados apontados por meio da pesquisa também atestam que a planta apresenta capacidade de combater staphylococcus aureus, microrganismo que pode causar lesões na pele.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, a doutora em química de produtos naturais, Dominique do Carmo, do campus de Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), os óleos essenciais extraídos de plantas amazônicas apresentam uma variedade de compostos naturais que podem ser utilizados em variadas aplicações.

“Neste contexto, estudamos plantas ricas em óleos essenciais e avaliamos seu potencial antimicrobiano e antioxidante. Estes produtos podem ser utilizados no tratamento de feridas, como curativo”, informou Dominique.

O uso de óleos essenciais traz grandes vantagens tanto em questões sociais como científicas, por não apresentar efeitos colaterais, demonstrar facilidade na manipulação, ser de fácil aquisição para a população e de baixo custo.

Extração

No âmbito da pesquisa, a extração dos óleos essenciais das folhas de lacre ocorreu por destilação a vapor. O material botânico foi triturado e submetido a aquecimento com água. Por meio de um condensador, foi possível coletar o óleo essencial.

“Podemos destacar o óleo da planta lacre, pois espécies desse gênero são conhecidas popularmente e cientificamente por apresentarem ação antirreumática, anti-inflamatória, antimicrobiana e leishmanicida”, explicou a pesquisadora.

Ao todo, 18 pesquisadores participam do projeto, batizado de “Membranas poliméricas incorporadas com óleo essencial de Vismia spp: desenvolvimento, caracterização, propriedades antioxidantes e antimicrobianas”. Entre as instituições de ensino e pesquisa que colaboram com o estudo estão a Ufam, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fapeam

Iniciado em 2021, a previsão atual é que o projeto seja finalizado ainda neste ano. O estudo recebe fomento da Fapeam, via edital Nº 010/2021 do Programa Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas Prioritárias para o Estado do Amazonas.

O CT&I Áreas Prioritárias apoia propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento.

FOTOS: Acervo da pesquisadora Dominique do Carmo, coordenadora do projeto

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