Viajantes que partem do Brasil também não serão aceitos nos EUA. A proibição é por tempo indeterminado até que diminua a curva de contágio
O governo dos Estados Unidos anunciou neste domingo 24/05 a proibição da entrada de viajantes oriundos do Brasil, sejam brasileiros ou de outra nacionalidade. Depois que a Organização Mundial da Saúde classificou a América Latina como novo epicentro do vírus, dando destaque ao Brasil, a Casa Branca e o Departamento de Estado americano concordaram em oficializar a restrição.
A medida anunciada barra estrangeiros que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias. A restrição passa a valer a partir das 23h59, no horário de Nova York, do dia 28 de maio. Ainda podem entrar no país aqueles que possuem residência permanente nos EUA, além de cônjuges, filhos e irmãos de americanos e de residentes permanentes. Estrangeiros que possuem visto específicos, como os que representam outros governos, também estarão excluídos da restrição.
“Hoje o presidente tomou a ação decisiva para proteger nosso país, ao suspender a entrada de estrangeiros que estiveram no país durante um período de 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos”, diz um comunicado da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany.
“A ação de hoje irá garantir que estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infecções em nosso país. Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil”, acrescentou a nota.
Funcionários de companhias aéreas e pessoas convidadas pelo governo dos Estados Unidos para ingressar no país também são exceções no decreto divulgado neste domingo pelo presidente Donald Trump.
Trump já havia dado indícios, há alguns dias, que tomaria essa decisão. O presidente americano se mostrou preocupado com o crescimento dos casos de coronavírus no Brasil.
O Brasil é o segundo país com mais casos de contágio atrás apenas dos EUA, no domingo (24/05) havia 97.672 óbitos nos EUA e 1.639.872 pessoas contagiados, segundo a Universidade Hopkins dos EUA. No Brasil havia 22.666 óbitos e 363.211 infectados (24/05) fonte Ministério da Saúde.
Trump é considerado o principal aliado internacional do presidente Jair Bolsonaro e tem evitado críticas abertas ao brasileiro, mas deixou claro que não pouparia o país. “Eu não quero pessoas entrando e infectando nosso povo”, afirmou na terça-feira, quando o Brasil ultrapassou a marca de mil mortes diárias por Covid-19.
Mesma estratégia
A iniciativa segue a mesma estratégia técnica adotada com os passageiros do Reino Unido, Irlanda e da Comunidade Européia, quando essas nações estavam no pico da pandemia. A proibição é por tempo indeterminado até que diminua a curva de contágio no Brasil, bem como a diminuição dos óbitos, que no Brasil ultrapassam 22.600.A Casa Branca anunciou também que 1.000 ventiladores pulmonares estão sendo enviados pelos EUA às autoridades brasileiras.
O governo brasileiro, através do seu chanceler Ernesto Araújo respondeu que aceita a ajuda de Washington nesta hora e que entende a medida da proibição de brasileiros nos EUA, como uma medida técnica sanitária temporária, até que o cenário no Brasil melhore.” A Casa Branca agiu da mesma forma com os países europeus e isso é passageiro”,salientou