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Escritor amazonense Márcio Souza morre em Manaus

Na madrugada desta segunda-feira, dia 12 de agosto de 2024, morreu o escritor e dramaturgo Márcio Souza, aos 78 anos, autor das obras, dentre outras, de Mad MariaA caligrafia de DeusGalvez, o imperador do Acre e A paixão de Ajuricaba.

Conforme a família e produção do autor, Márcio passou mal na noite de domingo e foi para um SPA na capital amazonense. Teve crise de diabete e, antes de partir, teve uma parada respiratória. Informações sobre velório e enterro serão repassadas logo mais.

Foi romancista, dramaturgo, ensaísta, contista e diretor de cinema, cuja obra é permeada pela busca constante em desvendar a Amazônia, com a riqueza cultural e histórica ignorada pelos brasileiros.

A editora Valer lamenta a morte do escritor, que foi acima de tudo um dos grandes intelectuais da nossa Amazônia. Traduzido para diversas línguas. Uma das mais importantes vozes da moderna literatura brasileira.

“Para nós, da editora Valer, essa é uma notícia que nos pegou desprevenidos, porque sempre esperávamos mais obras de Márcio e, também, de desfrutar da sua companhia, dado que ele era um dos maiores conhecedores das Amazônias e um dos nossos maiores intelectuais, um grande conhecedor da literatura, do teatro e do cinema. Nós lamentamos profundamente a morte de Márcio Souza”, disse Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer.

O processo de colonização do Norte do país, a exploração do látex na passagem do século XIX para o XX, durante o chamado ciclo da borracha, a questão indígena e os abismos sociais nascidos do embate entre modernidade e arcaísmo na região são a matéria-prima de suas narrativas.

“Nos grandes embates sobre a defesa das Amazônias, da sua literatura, dos seus autores, dos povos originários e das minorias, Márcio sempre emprestou a sua voz. No período da ditadura militar, ele não se calou, defendeu a liberdade e a vida de todos os brasileiros”, disse Neiza.

Pela Valer ele tem os seguintes livros publicados:


A CALIGRAFIA DE DEUS

Será mesmo que Deus escreve certo por linhas tortas? Você terá a oportunidade de refletir sobre isso ao ler a obra de Márcio Souza, chamada ‘A Caligrafia de Deus’. Ela é composta por cinco contos, escritos em diversos períodos, tendo Manaus como ponto de ligação.

AJURICABA – O CAUDILHO DAS SELVAS

Márcio Souza invoca, neste “Ajuricaba – o caudilho das selvas”, a memória. E incentiva-nos a sermos rápidos, que nos antecipemos ao véu do esquecimento, pois ele fará emudecer a voz do passado.

Com o autor, viajamos até o Grão-Pará e o Rio Negro, para encontrarmos com o guerreiro Ajuricaba, cujo nome significa “reunião de marimbondos de ferroadas dolorosas”.

A SUBSTÂNCIA DAS SOMBRAS – CINEMA ARTE DO NOSSOS TEMPOS

Esta obra, como o autor afirma, tem a ver com a própria natureza do cinema que é projeção, é sombra. É uma sombra animada na tela. Mesmo no cinema digital, o cinema é uma sombra quando projetado. A sombra surge como a metáfora do livro, portanto, a substância do cinema é a própria história do cinema. O livro aborda a história da sétima arte, desde o cinema mudo até os grandes estúdios hollywoodianos. Para o autor, o Livro é um guia e, também, uma introdução ao cinema.

A EXPRESSÃO AMAZONENSE

Um dos ensaios mais importantes sobre o processo cultural no Amazonas, o livro de Márcio Souza é um texto de leitura obrigatória por parte dos estudiosos do tema. O autor apresenta um amplo painel sobre os autores e as obras mais expressivas produzidas na região, inserindo-as no contexto sócio-histórico.

FASCÍNIO E REPULSA – ESTADO, CULTURA E SOCIEDADE NO BRASIL

Neste livro o autor discute a relação entre o Estado e a Cultura. Cada capítulo nos leva a olhar, com outros olhos, a História do Brasil; a buscarmos fundamentos e argumentos para um novo delineamento dos atos culturais pelos quais passamos, ou nos foram passados, sem que nos déssemos conta de como e em que situação eles foram orquestrados.

Sobre Márcio Souza

Márcio Souza nasceu em Manaus (AM) em 1946. É romancista, diretor de teatro e ópera. Estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e escreveu críticas de cinema e artigos em diversos jornais e revistas brasileiras, como Senhor, Status, Folha de S. Paulo e A Crítica.

Em 1976, lançou seu primeiro romance, Galvez: imperador do Acre, sucesso de crítica e de vendas.

Como administrador, foi diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.

Foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Como palestrante, foi convidado pela Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.

Dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) do Amazonas, hoje extinto. Foi presidente do Conselho Municipal de Política Cultural. É membro da Academia Amazonense de Letras.

Escreveu, dentre outras, as peças: As folias do látex, A paixão de Ajuricaba e Carnaval Rabelais, e os romances Mad Maria, Operação silêncio e O fim do Terceiro Mundo.

NOTA DE PESAR

O governador Wilson Lima lamenta, com grande pesar, o falecimento do escritor amazonense Márcio Souza, nesta segunda-feira (12/08), e decreta luto oficial de três dias no estado. Também jornalista, dramaturgo e cineasta, Marcio Souza deixa um imenso e rico legado para a literatura brasileira, sendo um dos grandes nomes da Cultura do Amazonas e do Brasil.

Nascido em Manaus em 1946, estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e escreveu grandes obras literárias como Galvez, O Imperador do Acre; A Caligrafia de Deus; Lealdade, pelo qual recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1997; e Mad Maria, seu livro de maior destaque e que deu origem à minissérie de mesmo nome, de Benedito Ruy Barbosa, produzida pela TV Globo em 2005.

Márcio Souza também teve destaque como cineasta e dirigiu o filme A Selva. Ele foi, ainda, professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth, além de ter sido diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte. Atualmente, atuava como diretor da Biblioteca Pública do Amazonas e ocupava a cadeira de nº 25 da Academia Amazonense de Letras.

O governador Wilson Lima se solidariza à família e amigos do escritor e ressalta a importância que Marcio Souza teve para o estado, contando a história do Amazonas e da Amazônia para o mundo com imenso e singular brilhantismo.

*Editora Valer e Secom

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