A partir de amanhã (11), produtores rurais da Argentina farão uma greve comercial de três dias, em protesto contra a decisão do governo argentino de suspender temporariamente as exportações de milho. A paralisação foi confirmada por três das principais associações rurais do país.
O governo da Argentina, grande fornecedora global de alimentos, suspendeu na semana passada o registro de novas exportações de milho com data de embarque até fevereiro, visando garantir o abastecimento doméstico do cereal, em uma decisão inesperada para a cadeia agrícola.
Segundo as entidades, a medida de força terá início à meia-noite de segunda-feira e terminará na quarta-feira (13). O protesto pedirá para que o presidente reveja a medida.
De acordo com o professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Celso Grisi, A prevenção do governo argentino não impactará muito o Brasil.
“Do ponto de vista local, estaríamos sofrendo alguma pressão, mas pequena. Temos outras fontes de fornecimento de milho como o Paraguai, Estados Unidos e Canadá. No entanto, com a instabilidade das decisões sobre o setor agrícola, a Argentina acaba se tornando um fornecedor pouco confiável”, afirma o professor.
O real problema seria se a medida se estendesse para outros produtos, como trigo, que o Brasil não é autossuficiente.
“Possivelmente, se isso prospera e se estende para outros produtos, pode trazer problemas para a nossa inflação”, finaliza.
