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Embrapa da Amazônia Ocidental 46 anos de ciência e tecnologia na floresta

Instituiçao de pequisa é referência tecnologica de setor primário

Chefe Geral da Embrapa, Cheila Boijink

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), comemora, neste ano, 46 anos de atuação no Amazonas. Os desafios existem, no entanto, os avanços também são reais quanto a viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura no estado.

A chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, pesquisadora Cheila Boijink, afirma que as pesquisas e ações que a empresa vem realizando nos últimos anos já trouxeram e continuam refletindo em bons resultados em diversas áreas, entre elas aquicultura, culturas alimentares, culturas agroindústrias, fruticultura, plantas medicinais, entre outras. Hoje, o setor primário contribui com 9,25% do PIB (Produto Interno Bruto) no estado do Amazonas. A mandioca é o principal produto agrícola regional .

A missão da empresa é conciliar a redução do desmatamento, preservação ambiental e segurança alimentar. Na aquicultura (boas práticas de manejo alimentar e sanitário de peixes), ela comemora os resultados. A criação do tambaqui em tanque escavado, por exemplo, é uma tecnologia indicada pela Embrapa e foi responsável por reduzir, significativamente, o ciclo de produção do peixe.
“Já temos pesquisas consolidadas onde a equipe conseguiu reduzir, por exemplo, o que eram três anos o cultivo do tambaqui para apenas um ano”, comemora Cheila Boijink.

De acordo com o Relatório de Impacto das Tecnologias – Embrapa Amazônia Ocidental, a produção em tanque escavado é uma forma de intensificação da produção, pela qual se consegue uma produção muito superior ao que normalmente é produzido em sistemas convencionais de cultivo em lagos, igarapés e rios da Amazônia. Este sistema faz com que se reduza a pressão sobre os estoques naturais dos rios e lagos. A tecnologia recomendada pela Embrapa permite reduzir o ciclo de produção (de 36 para 12 meses), aumentando a taxa de sobrevivência de 54% para 76% dos peixes colocados nos tanques.

Ainda na aquicultura, a pesquisa que possibilita a criação de tambaqui com eração contínua também refletindo no aumento significativo da produção. “O oxigênio é fundamental no cultivo, se não tiver a quantidade de oxigênio suficiente na água, o peixe fica gastando energia, então o metabolismo dele não vai funcionar direito, nossa equipe fez as pesquisas e descobriu que o oxigênio na água é fator fundamental para o alavancamento da produção”, comentou Boijink.

Fêmeas

Segundo ela, a pesquisa ainda em desenvolvimento sobre peixe monosexo também deve refletir, em breve, na melhoria da produção de peixes. “Trabalhamos para desenvolver um sistema sustentável, trabalhando boas práticas de manejo, a questão sanitária e a produção de monosexo, porque já sabemos que a fêmea ganha mais peso que o macho, então se queremos a produção de carne seria mais viável a produção de fêmeas”, afirmou.

Atualmente, a Embrapa Amazônia Ocidental possui 244 funcionários, onde aproximadamente 50 são pesquisadores. A empresa tem quatro campos experimentais, localizados em Manaus, Rio Preto da Eva, Caldeirão e em Maués. Há, ainda, um Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia, no município de Parintins, que não desenvolve pesquisas, mas atua na disseminação delas naquela região. No total, são 13 laboratórios, sendo que destes, o Laboratório de Análise de Solos e Plantas (Lasp) presta serviço à sociedade e possui selo de qualidade. O Lasp é o único do estado que realiza análise de rotina de solos.

Melhoramento genético da mandioca

A pesquisa voltada para o melhoramento genético da mandioca também é outro ponto destacado pela chefe-geral da Embrapa. Embora o estado seja o segundo maior consumidor de mandioca do País, quando o assunto é a produção da raiz, o Amazonas fica em terceiro lugar, atrás do Pará (1º) e do Paraná (2º).

Cheila Boijink comenta que com as cultivares que o órgão desenvolveu foi possível aumentar a produção de 11,7 toneladas por hectare para 24 a 30 toneladas por hectare. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a média do estado continua sendo 11 toneladas, mas, segundo a Embrapa, essa média teve resultados superiores em municípios como Manaquiri e Careiro, ao fazer uso da tecnologia “trio da produtividade”.

O “trio da produtividade” emprega diversas técnicas como a seleção de manivas-sementes e corte em ângulo de 90º, adequação do espaçamento de plantio conforme arquitetura da planta e controle de plantas daninhas nos primeiros 150 dias pós-plantio. Essa tecnologia foi lançada pela Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) e vem sendo adotada em diversos municípios paraenses ajudando a incrementar a produção de mandioca naquele Estado.

Texto: Monick Maciel / Fotos: Antonio Lima

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