O coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, afirmou que todas mensagens trocadas com coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foram no intuito de apaziguar os ânimos das pessoas que estavam acampadas em frente aos quarteis que reivindicavam por intervenção militar.
A declaração foi dada enquanto respondia aos questionamentos da relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD), sobre os diálogos com Cid, entre novembro e dezembro do ano passado, onde Jean Lawand Júnior sugere a Mauro Cid que o então presidente precisava “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem.
“Ele tem que dar a ordem, irmão. Não tem como não ser cumprida”, escreveu a Cid.
“A ideia minha, desde o começo, desde a primeira mensagem com o tenente coronel Cid foi que viesse alguma manifestação para apaziguar aquilo e voltassem para suas casas para sua vida normal”, disse o militar em depoimento.
No entanto, a senadora Elizane questionou o porquê de ele conversar com Mauro Cid usando um telefone “mais seguro” e do porquê de ele mencionar as ordens de “legitimar” as ações do então presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições. Ele permaneceu afirmando que a ideia era de que o presidente desmobilizasse os manifestantes.
Lawand está protegido por um Habeas Corpus, autorizado pela ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, que lhe dá direito de não responder perguntas que possam incriminá-lo.
Jean Lawand Júnior, que mandou mensagens pedindo que Mauro Cid convencesse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a colocar em prática um golpe de Estado, é coronel de artilharia do Exército e frequentou a Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), no Rio de Janeiro, a mesma em que Bolsonaro se formou anos antes.