Durante seminário realizado na Câmara dos Deputados em 6 de maio de 2025, diversas entidades da sociedade civil cobraram maior inclusão nos debates preparatórios para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para novembro em Belém (PA). Em resposta, representantes do governo federal reafirmaram o compromisso de promover uma participação ampla, inclusiva e representativa da sociedade civil no evento.
O diplomata Pedro do Nascimento Filho, do Departamento de Clima do Ministério das Relações Exteriores, destacou que o Brasil foi fundamental na aprovação de uma previsão para que o secretariado da ONU priorize a análise de pedidos de credenciamento de entidades das futuras COPs. “Temos a expectativa de aumentar significativamente a participação de entidades da sociedade brasileira como observadoras na COP30”, afirmou.
Monique Ferreira, chefe de gabinete da presidência da COP30 no Ministério do Meio Ambiente, apresentou instrumentos de mobilização em andamento, como os títulos de “campeão climático” e os “círculos” de diálogos, incluindo o “Círculo dos Povos”, que visa articular a participação de indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais. Ela enfatizou que a COP30 é um processo de mobilização e engajamento coletivo para enfrentar a emergência climática.
Representantes da juventude também marcaram presença no seminário. Thalia Silva, coordenadora da Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente (Conjuclima), ressaltou a intenção das entidades jovens de participar efetivamente da COP30. Ela lembrou que o Brasil possui 48,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, dos quais 56% são negros e 24% vivem abaixo da linha da pobreza, ampliando as vulnerabilidades às mudanças climáticas.
Carolina de Brito, representante do Instituto Alana, destacou a importância de considerar as diversas realidades das infâncias nas soluções discutidas na COP30. Ela citou dados que revelam cerca de 1 bilhão de crianças vivendo em áreas de risco no mundo e defendeu que a conferência seja um espaço de avanço na construção de uma justiça climática que incorpore dimensões antirracistas e de gênero.
O seminário foi organizado a partir de requerimento dos deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Talíria Petrone (Psol-RJ), com apoio da Frente Parlamentar Ambientalista. A iniciativa reforça a importância da participação ativa da sociedade civil na construção de políticas públicas e na definição de estratégias para enfrentar as mudanças climáticas.
A COP30 está prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. A cidade está se preparando para sediar o evento, com investimentos em infraestrutura e mobilidade urbana, visando atender à comunidade internacional e promover um espaço inclusivo para debates e negociações sobre o clima.
