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Conheça um pouco mais sobre a 12ª Região Militar

Um comando que trabalha em prol do Comando Militar da Amazônia no planejamento e execução das atividades operacionais, logísticas e de mobilização na Amazônia Ocidental.

A 12ª Região Militar (RM) foi criada em 15 de julho de 1948, mas na época recebeu o nome de Comando de Elementos de Fronteira pelo então Ministério da Guerra, atuando nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e no Pará. 

Em 1969, o Comando Militar da Amazônia (CMA), foi transferido de Belém para Manaus, havendo a junção dos dois comandos. Treze anos depois, em 1982, a 12ª RM separou-se do CMA e estabeleceu-se como grande comando independente, passando a ocupar o atual aquartelamento cedido pelo Departamento Nacional de Portos e Navegáveis. 

Seus principais encargos são comando, planejamento e execução do apoio as Organizações Militares (OM) de sua área, bem como o planejamento do preparo e da execução da mobilização e das atividades ligadas ao equipamento do território. 

As Regiões Militares são responsáveis por tudo o que ocorre no Exército, exceto preparo e emprego. Toda parte administrativa e logística é gerenciada com o apoio da Região. Hoje é o principal órgão responsável pela logística do CMA, fazendo chegar de tudo na ponta dos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF), desde alimentação à materiais bélicos. 

Atualmente é comandado pelo General Rosty, que assumiu o cargo de comandante em agosto de 2020, após o General Eduardo Pazuello deixar a 12ª Região para assumir a pasta de Ministro da Saúde. 

“Fiquei muito feliz, porque já tinha servido aqui na Amazônia, comandado a Brigada de Tefé, então era um sonho retornar para cá”, disse o comandante. 

Comandante

O General de Divisão Edson Skora Rosty, nasceu em 28 de outubro de 1964, em Curitiba- PR. 

Incorporou às fileiras do Exército em 27 de fevereiro de 1982. Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 07 de dezembro de 1985. 

Já em 1989, aos 24 anos, participou da 2ª turma de Guerreiro de Selva no Centro de Infantaria de Guerreiros de Selva (CIGS). Sendo o primeiro da turma fez o discurso de encerramento. 

“Esse curso foi bastante especial, pois na verdade adquiri na Fronteira com a Guiana Francesa o contato com a natureza, pois vim diretamente de Santa Maria, no Rio Grande do Sul para cá. Ao longo do curso aprendi muita coisa, tanto do lado profissional, tanto na forma como pessoa, pois o ser humano se comporta de uma maneira muito diferente quando é submetido a pressões, como a  que os instrutores colocavam. Aprendi que meu limite estava muito acima do esperado. Aprendi a como me conduzir na selva para poder ter um melhor desempenho. E tenho certeza que esse conhecimento que eu adquiri aqui em muito me auxiliarão no meu trabalho na fronteira”, disse Rosty 

Além dos cursos de Formação, Aperfeiçoamento e de Altos Estudos Militares do Exército, realizou o Curso Básico Paraquedista, Básico de Montanhismo, Operações na Selva, Oficial de Estado-Maior do Exército do Chile, Curso de Estudos Estratégicos da Escola de Guerra do Exército dos Estados Unidos e de Planejamento de Operações na Selva. 

Foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito Naval, Medalha Militar de Ouro, Medalha Corpo de Tropa com Passador de Prata, Medalha do Pacificador, Medalha Tamandaré, Medalha do Serviço Amazônico com Passador de Prata, Medalha Marechal Hermes de Prata com uma coroa, e a Medalha das Nações Unidas. 

Desempenhou, como Oficial-General, o cargo de Comandante da 16ª brigada de Infantaria de Selva em 2016/2017 e Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia de abril de 2017 à abril de 2019. 

Ao ser nomeado para o cargo de Comandante da 12ª Região Militar, General Rosty exercia o cargo de Diretor de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social. 

Logística

Sendo o principal exercício da Região, há um Escalão logístico, chamado de Centro de Coordenação de Operação de Logística. Além de fazer a gerência de todo tipo de suprimento que há no exército, ficam também encargo do transporte, para que tudo chegue nos Pelotões Especiais de Fronteira, como munições, explosivos e alimentação. 

Na Amazônia Ocidental são 24 Pelotões Especiais de Fronteira, vejam no mapa. De Roraima até Rondônia, são mais de 8 mil km de fronteira terrestre. Prover a logística nesses rincões amazônicos é algo incrível. E a responsabilidade é da 12ª Região Militar. 

“Nós temos 24 Pelotões de Fronteira que são no limite extremo da nossa cadeia logística, os 24 pelotões têm um fluxo diferente, alguns a gente consegue por rodoviária, alguns de barco e alguns somente aéreo. Então para cada um a gente tem que ter um planejamento específico”, comentou o General. 

Só no ano passado foram percorridos 2.376.662 km, em um total de 17.762 toneladas de cargas transportadas. 

 

FLUVIAL 

AÉREO 

RODOVIÁRIO 

Km percorrido 

152.421 km 

491.173 km 

1.787.803 km 

Carga transportada 

12.203 ton. 

1.120 ton. 

4.439 ton. 

Missões 

31 carregamentos 

17 missões 

26 missões 

A 12ª Região Militar abrange o Cmdo 12ª RM, a Cia C 12ª RM, o Parque de Manutenção (Pq R Mnt/12), o Batalhão de Suprimentos 12ª B Sup), o Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (Cecma) e os quatro hospitais Militares de Área em Manaus, Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira e Porto Velho. Com um efetivo de 2.941 militares. 

ORGANIZAÇÃO MILITAR 

EFETIVO 

Cmdo 12ª RM 

120 (30 mulheres) 

Cia C 12ª RM 

388 (44 mulheres) 

Pq R Mnt/12 

375 

12ª B Sup 

437 

CECMA 

325 

H Mil A Manaus 

584 

HGuT 

230 

HGuSGC 

196 

HGuPV 

212 

A 12ª Região se caracteriza em trabalhar pelo mérito, as mulheres hoje em dia têm as mesmas condições para atuar quanto os homens. Com vagas para oficiais técnicos temporários e sargentos técnicos temporários, ambos com a duração de 8 anos. 

“Para desempenhar essa atividade é técnica, é comprovação de currículo, capacitação, se é masculino ou feminino não é levado em consideração’, pontuou Rosty. 

Saúde

A 12ª Região atende o Hospital Militar de Área em Manaus, três Hospitais de Guarnições em São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Porto Velho, sendo que nesses hospitais há somente leitos de enfermaria e mais 4 postos médico de Guarnição em Cruzeiro do Sul, Tefé, Boa Vista e Rio Branco. Esses postos variam de tipos do 1 até o 4, o que diferencia cada tipo é o número de clínicas oferecidas, o número de especialidades oferecidas. Há também um posto médico em toda Organização Militar. 

O sistema dos hospitais militares se baseia um pouco no sistema de guerra, sempre partindo do simples até o mais complexo, uma vez que na ponta da linha é preciso fazer o emergencial e a triagem. 

“Eu tenho o Hospital Militar de Área, que é uma coisa que o pessoal tem que entender, ele não é um hospital militar da área de Manaus, ele é o Hospital de Área de toda a Amazônia Ocidental que fica em Manaus. Ele é o regulador de todo sistema na Amazônia Ocidental. Então ele é o hospital que tem a maior capacidade de internação, ele tem instalado, construído 40 leitos de enfermaria, 6 leitos tipo UTI, sendo uma delas com isolamento. Então eu não tenho a capacidade de internação de UTI em nenhum hospital militar da área da Amazônia Ocidental que não seja Manaus”, comentou o General. 

No ano passado foi necessário expandir algumas capacidades, como leitos de terapia. Em Manaus, por exemplo passou de 46 para 108 leitos, sendo 26 semelhantes à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), contou ainda com o reforço de 95 militares de todo Brasil em janeiro de 2021. Foi feita ainda mais de 30 evacuações aeromédica do interior do estado para a capital. 

“Eu só posso dizer que eu tenho um leito de UTI disponível se ele responder algumas perguntas, primeira delas espaço físico, eu preciso de uma cama, preciso de uma sala, ela tem que ter higienização, tem que estar climatizada, se eu não tenho esse espaço físico disponível, não existe. A maioria das pessoas pensam que o fato de eu ter uma cama eu já tenho um leito de UTI. A segunda pergunta, esses leitos que eu estou dizendo que é de UTI, ele tem os equipamentos necessários ao que ele se destina? Quando eu faço a expansão de um leito de UTI para covid eu obrigatoriamente tenho que ter respiradores e monitores para acompanhamento. Terceira pergunta, eu tenho insumos suficientes para fazer esse leito funcionar? Quando eu falo insumos estou falando EPIs, para a equipe de trabalho, medicação, oxigênio e profissionais de saúde. Se não tiver essas coisas não existe o leito”, pontou o comandante. 

Após atingir a capacidade máxima de internações foi montada uma tenda na área externa do Hospital Militar de Manaus, anexa ao prédio principal, para atendimento a pacientes. Em nota divulgada, o Comando Militar informou que o local era destinado apenas ao público interno, composto por militares da ativa e inativos, dependentes e servidores civis, reforçando ainda que não se trata de um hospital de campanha, mas de um núcleo de apoio. A instalação teve quatro leitos de UTI, com intenção de aumentar a capacidade da terapia intensiva. 

É importante destacar que não havia leitos ociosos nas instalações militares. 

Centro de Embarcação do Comando Militar da Amazônia (Cecma) 

O Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (CECMA) é uma unidade ímpar dentro do Exército Brasileiro, mas que muito bem representa as peculiaridades existentes nas OM do Comando Militar da Amazônia. Oriundo da 1ª Companhia Especial de Transporte, criada em 1º de outubro de 1969, o Centro de Embarcações do CMA é responsável por realizar o transporte logístico fluvial na Amazônia Ocidental, capacitar recursos humanos em navegação fluvial e realizar a manutenção dos meios fluviais orgânicos. 

“O Cecma é o coração de toda 12ª Região Militar, primeiro que ele é o único, só existe ele no Brasil, uma unidade exclusivamente para o nós com embarcações. Ele faz duas missões, ele tem a capacidade de estocagem, como depósito de suprimentos e têm uma seção fluvial. O Cecma da Organizações Militares da Região é o mais importante. O Cecma têm muitos encargos, além do transporte tradicional, ele faz a formação de todas as tripulações, tem o estágio de tripulantes de lancha guardian, estágio de encarregado de setor fluvial e o curso de navegador fluvial”, concluiu o General Rosty. 

Atualmente o Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia é comandado pelo Tenente-Coronel Anderson Siqueira Da Silva desde janeiro de 2021. 

No Centro também funcionam ao longo de todo ano vários estágios, de especialização, como o Emprego de Embarcações, o Condutor de Embarcações, o de Tripulação de Embarcações, o de Salvamento Aquático, o de Operador de Radar, o de Operador de Ecossonda, e o de Manutenção de Embarcações e de Motores de Popa, formando dessa maneira o material humano necessário para o cumprimento das mais variadas missões. Sendo os rios as “estradas” da Amazônia, é de grande importância que o Exército detenha o conhecimento de como empregar e melhor utilizar essas vias de acesso, dominando essa modalidade de transporte tão característica da região. O CECMA, com seu trabalho diário e ininterrupto, contribui para que isso seja possível, formando a mão de obra necessária, experimentando novas embarcações, mantendo seus meios prontos para uso, armazenando experiência e acumulando conhecimento para utilizá-lo da melhor forma quando o mesmo se fizer necessário. 

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