A construção de uma estratégia de defesa eficaz depende de planejamento e adaptação às novas realidades geopolíticas. Foi com esse foco que o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, ministrou uma palestra na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro. O evento reuniu alunos do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) e demais cursos da ESG, além de representantes de instituições militares e de países parceiros, promovendo reflexões sobre o futuro da defesa aérea nacional.
Estratégias da FAB para a defesa aérea nacional
Durante sua palestra na ESG, o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno apresentou diretrizes estratégicas que norteiam as operações da Força Aérea Brasileira (FAB). O foco principal foi a modernização da frota, a incorporação de novas tecnologias e a necessidade de aperfeiçoamento contínuo das capacidades operacionais da aviação militar.
Entre os temas abordados, destacam-se a renovação dos caças da FAB, a implementação de sistemas avançados de defesa aérea e o uso crescente de aeronaves remotamente pilotadas (ARP) para vigilância e monitoramento do espaço aéreo brasileiro. O Comandante reforçou a importância da interoperabilidade entre as Forças Armadas e o investimento em tecnologia nacional para reduzir a dependência externa no setor de defesa.
Além da modernização tecnológica, a FAB também trabalha para fortalecer sua presença na Amazônia e nas fronteiras brasileiras, garantindo uma resposta rápida a ameaças e desafios emergentes. Nesse sentido, os programas de vigilância e controle do espaço aéreo foram destacados como fundamentais para a segurança nacional.
O papel da ESG na formação de líderes em defesa
A Escola Superior de Guerra (ESG) desempenha um papel essencial na formação de civis e militares para funções estratégicas na administração pública e na defesa nacional. O Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), ao qual a palestra do Comandante da Aeronáutica foi direcionada, tem como objetivo capacitar líderes para a formulação e gestão de políticas voltadas à segurança e defesa do país.
O evento reuniu 163 participantes, incluindo militares das três Forças Armadas, policiais militares e civis de diversas áreas do conhecimento. Além disso, contou com a presença de representantes de nações amigas, como Argentina, Índia e Jordânia, reforçando o caráter internacional do curso e promovendo o intercâmbio de experiências entre os países.
A ESG também se destaca por sua capacidade de integrar diferentes setores da sociedade, criando um ambiente de aprendizado multidisciplinar. Ao reunir oficiais-generais, especialistas em defesa, acadêmicos e gestores públicos, a instituição contribui diretamente para o desenvolvimento de políticas estratégicas alinhadas aos desafios contemporâneos da segurança nacional.
Cooperação internacional e desafios estratégicos
A presença de representantes de nações amigas na ESG reflete o crescente interesse global pela cooperação em defesa e segurança. Durante a palestra, o Comandante da Aeronáutica ressaltou a importância do intercâmbio de conhecimento e da colaboração entre países para enfrentar desafios comuns, como o combate a ameaças cibernéticas, a defesa do espaço aéreo e a modernização das forças militares.
O Brasil, devido à sua posição estratégica na América do Sul e sua participação em fóruns internacionais de defesa, tem buscado fortalecer suas parcerias internacionais. Exercícios conjuntos, acordos bilaterais e o compartilhamento de tecnologia são algumas das iniciativas que ajudam a aprimorar a capacidade de resposta da FAB diante de crises e ameaças regionais.
Além disso, a palestra também abordou os impactos das mudanças geopolíticas globais na segurança aérea brasileira. Com o avanço das tensões em diferentes partes do mundo e o aumento do uso de drones e mísseis hipersônicos, a necessidade de um sistema de defesa aérea eficiente e atualizado se torna cada vez mais evidente.
A ESG, ao promover debates estratégicos como este, reafirma seu compromisso com a capacitação de líderes e a formulação de políticas de defesa robustas para o Brasil. A palestra do Tenente-Brigadeiro Damasceno reforçou não apenas a importância da Força Aérea Brasileira nesse cenário, mas também a necessidade de integração entre civis, militares e nações amigas para garantir a soberania e a segurança nacional.
Fonte: Defesa em Foco