“Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la.” General do Exército Rodrigo Octávio
Termina na próxima quinta-feira (23) a Operação Amazônia 2020, exercício organizado pelo Ministério da Defesa que simula uma ação de guerra em ambiente operacional de selva. Neste ano, as ações ocorrem sobre uma imensa área que abrange parte dos estados do Amazonas e Rondônia.
A Operação está inserida no Programa de Adestramento Avançado de Grande Comando, previsto no Plano de Gestão do Comando Militar da Amazônia (CMA), que tem por objetivo estratégico elevar a operacionalidade do Exército na região.
“Essa iniciativa contribui e reforça a constante necessidade das tropas estarem sempre preparadas para serem empregadas na manutenção da soberania da Amazônia brasileira”, explicou o Comandante do CMA, General do Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira.
O exercício, que começou dia 4 de setembro, conta com a participação de cerca de 3,6 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, entre homens e mulheres, de várias partes do país. De acordo com o CMA, uma complexa manobra logística foi montada para a execução de uma Concentração Estratégica, inédita na Amazônia. A primeira balsa iniciou o deslocamento em 27 de julho, para que uma enorme quantidade de meios de combate e de apoio pudessem estar em Manaus dia 2 de setembro.
“Para isso, foram utilizados distintos modos de transporte (aéreo, aquático e terrestre), que se deslocaram a partir de diversos pontos do Território Nacional e envolveram seis Comando Militares de Área (da Amazônia, do Norte, do Planalto, do Leste, do Sudeste e do Oeste), dispendendo, para tanto, meticuloso planejamento, longo tempo de deslocamento e emprego de veículos e caminhões especiais, aeronaves militares e civis, balsas, embarcações regionais e ferry-boats”, informou o Comandante do CMA.
Visita do ministro da Defesa
Nesta semana (14 e 15), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, verificou as ações da Operação nas regiões de Manaus, Manacapuru, Novo Airão e Rio Preto da Eva, no estado do Amazonas. Na terça, ele acompanhou uma cerimônia de disparo do sistema Astros, que foram deslocados de Formosa (GO) até a região da Amazônia (AM), segundo informações do ministério.
De acordo com o ministro, o projeto de criação de um míssil brasileiro capaz de percorrer 300 quilômetros de distância até seu alvo final está em fase final de desenvolvimento. “Falta muito pouco para ele complementar a artilharia de foguetes do Exército brasileiro, dando-nos um poder dissuasório muito grande”, afirmou.
Comunidades ribeirinhas e indígenas
Além da Operação ter como objetivo garantir a proteção e soberania da Amazônia, durante as Ações Cívico Sociais (ACISO) do exercício, comunidades ribeirinhas e indígenas dos municípios de Codajás/AM e Moura/AM são assistidas com atendimento médico e odontológico.
De acordo com o CMA, a pandemia do novo Coronavírus implicou na necessidade de implementação de cuidados complementares que não eram necessários nos exercícios anteriores. “Todos os militares envolvidos na Operação Amazônia foram submetidos às precauções e orientações do Ministério da Saúde relacionados à prevenção da Covid-19”, informou o Comando.
Operação Amazônia 2021
Para o ano que vem, o comandante Theophilo espera continuar o trabalho que o CMA já vem desenvolvendo nos “rincões amazônicos” há 63 anos. “Espero que possamos, cada vez mais, estar capacitados a realizar ações que permitam manter a soberania dessa importante região do território brasileiro, com o incremento constante da interoperabilidade entre as Forças Singulares”, concluiu.
As tropas retornarão para suas bases até o dia 25 de outubro.
Priscilla Torres
Correspondente de Política em Brasília
Fotos: Comando Militar da Amazônia