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Brasileira Mariangela Hungria vence o “Nobel da Agricultura” por pesquisas que revolucionam a produção sustentável

A engenheira agrônoma e pesquisadora brasileira Mariangela Hungria, da Embrapa Soja em Londrina (PR), foi agraciada com o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, conhecido como o “Nobel da Agricultura”. Este reconhecimento internacional destaca suas quatro décadas de dedicação à pesquisa em microbiologia do solo, especialmente no desenvolvimento de tecnologias que utilizam microrganismos para fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos na agricultura.

Hungria é pioneira no uso de bactérias como o Bradyrhizobium e o Azospirillum brasilense na coinoculação de sementes de soja. Essa técnica permite que as plantas absorvam nitrogênio diretamente do ar, dispensando o uso de adubos nitrogenados. Em 2024, estima-se que essa inovação tenha gerado uma economia de aproximadamente US$ 25 bilhões para os produtores brasileiros, além de evitar a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Além da soja, suas pesquisas também beneficiaram culturas como milho, feijão, trigo, arroz, cevada e pastagens, promovendo uma agricultura mais sustentável e menos dependente de insumos químicos. Hungria destaca que, embora o Brasil seja líder no uso de processos biológicos no campo, apenas 10% a 15% da agricultura nacional utiliza esses métodos, indicando um vasto potencial de expansão.

A trajetória de Mariangela Hungria na ciência começou aos 8 anos, quando sua avó, professora de ciências, lhe presenteou com o livro “Caçadores de Micróbios”, de Paul de Kruif. Desde então, ela se dedicou à microbiologia, buscando alternativas sustentáveis para a produção de alimentos. Formada em Agronomia pela Esalq/USP, com mestrado e doutorado em áreas relacionadas ao solo e nutrição de plantas, Hungria também realizou pós-doutorados em instituições renomadas como Cornell University e University of California-Davis.

Atualmente, além de sua atuação na Embrapa, ela é professora na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), contribuindo para a formação de novos pesquisadores na área de microbiologia e biotecnologia.

A cerimônia de entrega do Prêmio Mundial da Alimentação ocorrerá em 23 de outubro, em Des Moines, Iowa, nos Estados Unidos, reunindo especialistas e autoridades do setor agrícola global para celebrar as contribuições significativas de Mariangela Hungria para a segurança alimentar e a sustentabilidade agrícola.

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