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ARROZ CARRETEIRO: Tradição da culinária gaúcha. Companhia especial nas noites frias do Sul do Brasil!

                      Ingredientes do arroz carreteiro

# arroz branco

# sal à gosto

# cebola

# água

# charque

Com todos esses ingredientes o gaúcho prepara uma das melhores comidas da culinária gaúcha.

A palavra charque etimologicamente tem sua origem numa palavra do quíchua, língua indígena sul americana falada no império inca.

 O termo estreia no dicionário de Antônio de Morais Silva, em 1858.

 

 

 

 

E conta a história que pela primeira vez no ano de 1777, um homem chamado José Pinto Martins (português), faz o carreteiro pela primeira vez em solo gaúcho. Era um português que morou no Ceará e preparava carne de sol. José Pinto Martins teria vindo morar no Rio grande do Sul em função de uma grande seca que ocorreu no Nordeste, chamada seca dos três 7, onde boa parte do gado foi dizimado pela seca.

Nesta mesma época já começa a crescer a criação de gado no Rio Grande do Sul e a produção do charque em grande escala, estabelecendo a primeira charqueada industrial em Pelotas, dentro dos limites da Vila do Rio Grande, fundada em 1737.

Em todo Brasil o charque era utilizado como alimento dos escravos em todo Brasil e nos países que adotavam o sistema escravista, sobretudo o Caribe (Cuba, principalmente).

Do gado aproveitava-se tudo: o couro, o pó dos ossos para fertilizantes, o sangue para gelatina, a língua defumada. Esses produtos eram exportados para toda Europa e os Estados Unidos. O charque era produzido quase que exclusivamente pelo Brasil, seus concorrentes apenas Uruguai e Argentina. A palavra carreteiro surgiu com os homens que viajavam transportando cargas variadas de um lugar para o outro, por vários dias com suas carretas, nas suas paradas ao fazer as refeições que a base era de arroz uniu-se ao charque originando assim o arroz de carreteiro.

Imagem aérea das Ruínas do Saladeiro Quaraí-RS

 

Com o estabelecimento do primeiro quartel na cidade de Quaraí sua população chegava a 10.000 habitantes e quase toda mão de obra era empregada na produção de charque da cidade. Todo produto fabricado era exportado para Cuba, Itália e Inglaterra. Parte era comercializado nas praças do Rio de Janeiro e nordeste do Brasil.

O charque depois de pronto também passava para a cidade vizinha Artigas-Uruguai por cabos que atravessavam o Rio Quaraí.

 

O carreteiro tornou-se popular no Brasil inteiro, através de gaúchos que se espalharam e por várias churrascarias que abriram em todo o Brasil.

O Carreteiro ao longo dos anos vem ganhando releituras como acrescentar tomate, batatas, e os acompanhamentos são os mais variados: cebola frita, batata doce, saladas variadas.

No Nordeste e no Centro-Oeste a mistura é conhecida como Maria Isabel. Contam que os escravos já faziam a mistura de arroz com carne salgada,  e um belo dia para homenagear o dono da fazenda ofereceram o arroz colocando o nome de Maria Isabel que vinha a ser a esposa dele.

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