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AMEAÇA DE CONFLITO EM HUMAITÁ COM GARIMPEIROS

Garimpeiros ilegais que atuam no rio Madeira, na região de Humaitá, no sul do Amazonas, estão planejando reagir com violência à operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que visa combater o garimpo ilegal na área. Além disso, eles pretendem causar distúrbios durante as festividades de aniversário da cidade, que completa 156 anos nesta quinta-feira (15/05).

Áudios obtidos pela Folha de S. Paulo revelam que os garimpeiros articulam ataques coordenados contra os agentes, incluindo ameaças de tiros e ações para impedir a destruição das balsas utilizadas na extração ilegal de ouro. Em uma das gravações, um dos garimpeiros afirma: “na hora de meter bala nesses arrombados aí”. Outro sugere cercar os agentes no rio Beem e bloquear a saída dos policiais. “Vamos meter todo tipo de barco em cima deles, não vai arredar ninguém”, afirma um dos envolvidos.

A cidade de Humaitá, que deu início às comemorações ontem (13/05), tem shows e eventos programados ao longo da semana. Os garimpeiros, cientes da programação, estariam mobilizando grupos para usar o evento como palco de protesto e desestabilização. “A festa no Humaitá acabou, hein”, diz um dos áudios interceptados.

A operação da PF e do Ibama ocorre em meio a um cenário de tensão crescente. O garimpo ilegal no rio Madeira tem sido prática recorrente na região, com graves impactos ambientais, como a contaminação dos rios por mercúrio, afetando toda a cadeia ecológica local. As forças federais têm como objetivo apreender e destruir equipamentos ilegais, além de prender os responsáveis pelas atividades criminosas.

Não é a primeira vez que confronto entre garimpeiros e autoridades. Em agosto de 2024, agentes da PF foram atacados com rojões durante uma operação que resultou na destruição de dragas no rio Madeira.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que está monitorando a situação e atua em conjunto com as forças de segurança estaduais para garantir a integridade da operação e a segurança dos agentes. O Ibama ainda não se manifestou oficialmente sobre as ameaças.

Os garimpeiros também utilizam grupos de WhatsApp para compartilhar informações sobre o avanço das autoridades e coordenar suas ações. O uso de aplicativos de mensagens tem se tornado uma ferramenta estratégica para dificultar a fiscalização e articular reações rápidas contra as operações de combate ao garimpo ilegal.

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