Preocupações com a escassez do recurso natural motivou a criação do produto na bolsa americana
A água se juntou ao ouro, prata, petróleo e outras commodities e começou a ser negociada em contratos futuros na bolsa americana Nasdaq no mes de dezembro 2020.
Conforme revelou a Bloomberg, a criação do produto aconteceu pelo aumento das preocupações com a possível escassez do recurso natural ao redor do mundo.
De acordo com Tim McCourt, head global de índices e investimentos alternativos do CME Group, detentora dos contratos, dois bilhões de pessoas vivem em países com problemas de acesso à água e quase dois terços da população mundial poderá sofrer com a falta de seu abastecimento dentro de quatro anos. “A ideia de gerenciar riscos associados à água certamente ganhou importância”, afirmou McCourt, à agencia de notícias.
Agora, grandes consumidores do recurso, como fazendeiros e concessionárias de energia elétrica, poderão se proteger da flutuação do preço do líquido e também medir sua disponibilidade no mercado. Já os investidores poderão apostar contra ou a favor da volatilidade em busca de lucros.
Água Nasdaq Veles Califórnia (NQH2O)
Os contratos são indexados ao índice Água Nasdaq Veles Califórnia (NQH2O), que estabelece um número de referência semanal do preço do direito à commodity. Este mercado é avaliado em US$ 1,1 bilhão apenas no condado no oeste dos EUA.
Os futuros são trimestrais e com disponibilidade até 2022. Quem fizer o investimento não vai receber o recurso físico, mas uma garantia que detém um certo volume do recurso. Cada futuro representa 3,26 milhões de galões ou 10 acres-pés de água (12,3 milhões de litros).
Em seu primeiro pregão, na segunda-feira (7/12/2020), foram transacionados dois contratos, a US$ 4.960 cada. “Estou muito contente que tivemos operações. O número de negociações parece rápido como um relâmpago para mim”, disse Clay Landry, diretor da WestWater Research, consultoria que fornece dados para calcular o NQH2O, à Bloomberg.
Texto com informação do Estadão
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