Páscoa evoca a vitória sobre a morte, sobre tudo que impede a vida e o viver. Páscoa é passagem à vida eterna, pela ressurreição. Que ela marque o início do fim da Covid-19 e o triunfo da vida
Este domingo foi a primeira lua cheia, depois do equinócio de outono. O próximo domingo será o da Páscoa, como rege o calendário litúrgico da Igreja Católica. Este domingo foi o da festa de Ramos, talvez a mais vegetal das festas religiosas, para honra e glória da fotossíntese, encerrando a Quaresma. Agora entraremos na Semana Santa, marcada pelos símbolos da cruz, do cordeiro, dos ovos de Páscoa, do coelho e da colomba pascal.
Como no Natal, a agropecuária brasileira garantirá as realidades tangíveis, sagradas, profanas e gastronômicas dos símbolos pascais. Destaque ao peixe da Sexta Feira Santa, ao cordeiro no Domingo da Ressurreição e aos ovos de chocolate.
Peixe não faltará
A piscicultura brasileira cresce 5% e garante alimento de qualidade, diversificado e com sanidade. E ajuda preservar a biodiversidade de rios e oceanos. Foram produzidas 758 mil toneladas de pescado em 2020.
O Paraná segue o maior produtor com 154 mil toneladas, seguido por S. Paulo com 70.000. Graças sobretudo à piscicultura na Amazônia, 38% da produção resulta de espécies nativa.
Comprar bacalhau é comprar dólares. A piscicultura nacional garantirá boa parte do peixe consumido na Sexta Feira Santa.
Ovos de chocolate terão pouco do nosso cacau
O Brasil já foi o maior produtor e exportador. Hoje é o sétimo produtor e grande importador.
Só da Suíça, importamos 35 mil toneladas. E eles não possuem um pé de cacau. A decadência resultou do desastre causado por bioterroristas iluminados. Eles levaram de propósito a praga da vassoura-de-bruxa lá de Rondônia para destruir plantações, riqueza e empregos no sul da Bahia. Conseguiram.
Com a pandemia, os ovos de Páscoa foram comprados pela internet com antecedência por muita gente. Isso exigiu cuidados logísticos especiais no transporte para chegarem nos lares, junto com o coelho da Páscoa, no próximo domingo.
Cordeiro assado para o almoço de Páscoa
Os ovinos foram um dos primeiros animais domesticados pelo homem. A ovinocultura brasileira evoluiu em qualidade de carne e de produtos, sobretudo pelo aprimoramento das raças e do manejo.
São cerca de 14 milhões de ovinos, dos quais 9 milhões estão no Nordeste, única região em que o rebanho segue crescendo. Aí também, o agro garantirá o cordeiro assado ou preparado de diversas maneiras para o almoço de Páscoa, sempre acompanhado de um bom vinho, de preferência da nossa vitivinicultura.
Por Evaristo de Miranda, Embrapa Territorial
Fotos: Divulgação