Abate de vacas é o menor desde 2002

O ajuste produtivo ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, no primeiro semestre, afetou milhares de produtores no país.
Segundo  dados disponibilizados na página da Associação Brasileira de Frigoríficos – Abrafrigo,  a busca de animais mais jovens para o abate em meio à queda na oferta tem incentivado pecuaristas a aumentar a produção de bezerros e o criador é estimulado a reter as vacas para a reprodução pelos altos preços pagos por animais jovens com valores acima de R$ 2.050,00.
O resultado: um dos mais baixos números de fêmeas abatidas, com 17,46 milhões entre janeiro e junho, o menor número desde 2009, uma redução de 3% na quantidade de fêmeas disponíveis para o abate em 2020, de 38% ante 41% no ano passado, um dos menores níveis da história. Impactando o volume de animais abatidos em pouco mais de 3 milhões de cabeças neste ano, de 39,9 milhões para 36,7 milhões.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os custos com a alimentação continuam elevados e a desvalorização da moeda nacional frente ao dólar também tem encarecido insumos importantes, que são importados, portanto nesse contexto, muitos pecuaristas têm diminuído o volume de novos animais a serem enviados ao confinamento, o que talvez ocasione uma restrição na oferta do boi gordo para o abate no próximo trimestre.

Para o Instituto, a  valorização da arroba continuaria, portanto, atrelada basicamente ao tamanho exportado, tendo em vista  de que o consumo doméstico siga retraído em razão da diminuição da renda. Ainda em nota, cita sobre as expectativas de que, no segundo trimestre de 2020, a junção entre finalização da safra, entressafra e manutenção da demanda internacional, sustentasse os preços da arroba bovina. E mesmo que a demanda interna estivesse arrefecida, o indicador Esalq/B3, do preço do boi gordo, teve alta de 3,4% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020. Quando comparado em relação ao mesmo período de 2019, a alta é ainda mais expressiva, de 31,2%.